Milhões de pessoas passam fome
A região do Corno de África recebeu apenas um quarto do volume de chuvas esperado e a seca está a espalhar-se pelos países, alertou ontem a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que chama a atenção para a fome no Djibuti, na Eritreia, na Etiópia, no Quénia, na Somália, no Sudão, no Sudão do Sul e no Uganda.
A Agência da ONU diz que as pessoas a viver nesses países necessitam com urgência de assistência humanitária e que 17 milhões de civis estão a sofrer com a emergência de insegurança alimentar, ou seja, não têm o suficiente para comer.
Famílias na Somália, Etiópia e Quénia, por exemplo, estão com acesso limitado aos alimentos e à renda, porque a procura nesses países cresce ao mesmo tempo que falta a oferta de cereais e de sementes, assim como a produção de leite e de carne. A FAO destaca que a Somália já lançou um alerta de risco de fome e a assistência humanitária é necessária de imediato. A vice-directora-geral da agência das Nações Unidas declarou que a “hora de agir é agora”. Maria Helena Semedo, que discursava na Cimeira de Chefes de Estado e do Governo da União Africana, que terminou ontem em Addis Abeba, na Etiópia, pede que seja evitado um novo desastre, como a crise de fome que afectou a região do Corno de África em 2011. Helena Semedo acrescentou que por a próxima temporada de colheitas ser apenas em Julho, milhões de pessoas estão sob risco de insegurança alimentar.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu “solidariedade total com o povo da Etiópia a sofrer com a seca” , pois, afirmou, “isso é uma questão de justiça e são necessários mais compromissos para o trabalho em conjunto”.