Preço dos produtos básicos deve subir
O Banco Mundial (BM) prevê para este ano ganhos sólidos nos produtos básicos industriais, como energia e metais, em consequência de uma oferta mais restrita e uma procura mais forte.
Na edição de Janeiro de 2017 da “Commodity Markets Outlook” (Previsão dos Mercados de Produtos Básicos), o Banco Mundial mantém inalterada a sua previsão do preço do barril de petróleo para este ano, a 55 dólares, um aumento de 29 por cento, comparado com o ano de 2016. Essa previsão do preço da energia supõe que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros produtores de petróleo cumpram parcialmente o acordo de limitar a produção após um longo período de produção irrestrita.
O Banco Mundial elevou também a sua previsão de preços de metais, a 11 por cento, em comparação com o aumento de quatro por cento previsto na sua perspectiva de Outubro, de maior restrição do suprimento e de uma forte procura da China e das economias avançadas.
“Os preços da maioria dos produtos básicos parecem ter atingido o fundo do poço neste ano e estão prestes a aumentar em 2017”, afirmou John Baffes, economista e autor principal da “Commodity Markets Outlook”, que conclui que “mudanças nas políticas podem alterar esta trajectória”. Ainda este ano, o Banco Mundial prevê que os preços de produtos agrícolas como um todo devem aumentar menos de um por cento e também prevêemse leves aumentos de óleos, sementes oleaginosas e matérias-primas, mas os preços dos cereais devem cair quase três por cento.
Os preços dos metais preciosos devem cair sete por cento, à medida que as taxas de juros aumentam e as compras protegidas diminuem. Um enfoque especial mostra como as economias de exportação de produtos básicos, tanto emergentes como em desenvolvimento, foram duramente atingidas por um lento aumento dos investimentos, que caíram de 7,1 por cento em 2010 para 1,6 por cento em 2015.
“A debilidade dos investimentos, tanto públicos como privados, impede uma série de actividades nos mercados emergentes de exportação de produtos básicos e nas economias em desenvolvimento”, afirmou Ayhan Kose, director do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial.
“A maioria dessas economias têm um espaço limitado de políticas para enfrentar a desaceleração do crescimento e, portanto, precisam empregar medidas para melhorar o ambiente de negócios, promover a diversificação económica e melhorar as perspectivas de crescimento no longo prazo”, sublinhou Ayhan Kose.
O relatório do Banco Mundial, de carácter trimestral, oferece uma análise de mercado detalhada dos principais grupos de produtos básicos, incluindo energia, metais, agricultura, metais preciosos e fertilizantes. A edição de Janeiro amplia as previsões até ao ano de 2030 para 46 países e proporciona dados históricos sobre preços.