OPEP alcança boa parte dos cortes de produção
A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) deve cair em mais de um milhão de barris por dia no mês de Janeiro, revela uma pesquisa da Reuters nesta terçafeira, indicando um forte início do grupo produtor na implementação de seu primeiro corte de produção em oito anos.
A OPEP concordou em reduzir a sua produção em cerca de 1,2 milhões de barris por dia, a partir de 1 de Janeiro, para impulsionar os preços do petróleo e reduzir um excedente do produto.
A oferta dos 11 membros da organização com metas de produção sob acordo, ficou em média em 30,01 milhões de barris por dia, segundo a pesquisa baseada em dados de embarque e informações de fontes da indústria, abaixo dos 31,17 milhões de barris por dia em Dezembro.
Comparado com os níveis a partir dos quais os países concordaram em cortar a produção, na maioria dos casos (seus níveis de Outubro), os membros da OPEP cortaram a produção em 958 mil barris por dia dos 1,164 milhão de barris prometidos, totalizando um cumprimento de 82 por cento.
O cumprimento de mais de 80 por cento, confortavelmente supera os 60 por cento iniciais alcançados quando o corte anterior foi implementado em 2009 e a pesquisa se soma a indicações de que a adesão até agora foi alta. “Isso é muito alto, um bom número”, disse uma fonte da OPEP sobre a estimativa de cumprimento em Janeiro. “Espero que continue”, pois, disse uma outra fonte da organização, “os números são positivos”.
O ministro dos petróleos da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, elogiou a política energética do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou ver com bons olhos o recente aumento na produção dos EUA, “contando que eles cresçam em linha com a procura global”.
“O presidente Trump tem políticas que são boas para a indústria petrolífera e acho que temos de reconhecer isso”, disse Khalid al-Falih numa entrevista transmitida ontem pela emissora britânica BBC. Segundo Falih, a Arábia Saudita pode elevar os seus investimentos no sector petrolífero dos EUA, “com base em políticas que favoreçam a indústria e o petróleo e o gás”.
Khalid al-Falih declarou não estar preocupado com os comentários de campanha de Donald Trump sobre o corte de importações da Arábia Saudita ou taxar petróleo estrangeiro. Ele citou um recente comunicado da Casa Branca sobre política energética, no qual o governo dos EUA se compromete a trabalhar “com nossos aliados do Golfo para desenvolver um relacionamento energético positivo, como parte de nossa estratégia antiterrorismo”.