Minas e Ambiente na cooperação bilateral
Angola e Marrocos assinam um memorando de entendimento para capacitação de quadros para a área ambiental e no sector mineiro, anunciou a ministra do Ambiente do país do norte de África no fim de um encontro ontem, em Luanda, com o ministro da Geologia e Minas.
Hakima el Haity, que termina sábado uma visita de trabalho iniciada segunda-feira a Angola, disse que, nas conversações com Francisco Queiroz, se apercebeu que o sector angolano da Geologia e Minas introduziu questões do ambiente e saúde na estratégia da sua actividade.
“Concordamos em subscrever um memorando de entendimento entre o Ministério da Geologia e Minas e o do Ambiente do Marrocos”, revelou a ministra.
Hakima el Haity considerou que o sector mineiro é muito importante para a economia angolana, mas as condições de vida da população e o ambiente são mais importantes, de tal forma, que o pelouro angolano das Minas trabalha para elevar os esforços relacionados com o conhecimento do impacto ambiental dos projectos.
“Este é o inicio de uma cooperação entre o Ministério do Ambiente do Reino do Marrocos e vários sectores em Angola”, declarou a ministra.
Francisco Queiroz disse que o sector angolano das Minas tem boa legislação e regras bem concretas, mas precisa de distinguir os dois tipos de actividades que são realizadas: a de pequena escala - que é a artesanal - e a industrial.
O ministro considerou que a actividade artesanal é a que traz mais dificuldades em termos de preservação e protecção e apelou aos operadores do sector artesanal para respeitarem o ambiente.
No domínio industrial, sobretudo na área dos diamantes e rochas ornamentais, o trabalho está a ser bem realizado e há cooperação com os operadores industriais, os quais não realizam nenhuma actividade sem que haja o respectivo estudo do impacto ambiental, afirmou o ministro.
Em relação ao Plano Nacional de Geologia (Planageo), Francisco Queiroz informou, que está a trazer novidades que indicam que Angola vai ser um país mineiro no futuro, razão pela qual se deve ter cuidado com o ambiente. Francisco Queiroz informou que o fim do mapeamento está com um ligeiro atraso por questões financeiras. A entrega, prevista para fins de 2017, passa para o princípio do ano de 2018. “É um ligeiro atraso que pode ser recuperado logo nos primeiros meses do ano de 2018. O Planageo iniciou em 2015.
Francisco Queiroz afirmou que analisou com Hakima el Haity a experiência do Marrocos na exploração de fosfato e de outros minerais, o que mostrou que Angola deve tomar medidas para que a exploração mineira industrial em Angola não elimine o ambiente, não contamine as águas e não crie dificuldades ao meio agrícola.
O ministro anunciou que, com base no contacto mantido ontem, Angola pode contar com o Ministério dos Recursos Naturais do Marrocos.