Degradação ambiental no centro das atenções
Uma exposição ecocultural no Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC) e a plantação de mais de seiscentas árvores de diferentes espécies, nos distintos pontos da cidade, marcaram a celebração do Dia Nacional do Ambiente no Huambo, assinalado na terça-feira.
Do programa da jornada comemorativa, que decorreu de 26 a 31 de Janeiro, constou a apresentação aos munícipes do plano de gestão provincial de resíduos sólidos urbanos, pela Direcção Provincial do Urbanismo, Ambiente e Ordenamento do Território.
A supervisora provincial do Programa de Saúde Ambiental e Crónicas, Lurdes Garcia, disse, ontem, que existem doenças relacionadas directamente com os factores que compõem o meio ambiente, nomeadamente o ar, a água, os solos e os alimentos.
Apesar dos esforços das autoridades provinciais, no sentido de melhorar a qualidade do ambiente, mediante a aplicação de novos modelos de recolha de resíduos sólidos, arborização e a requalificação dos espaços verdes, especialistas abordados pelo Jornal de Angola consideram ainda fraca a educação ambiental dos cidadãos e aconselham a intensificação de campanhas de sensibilização nas comunidades, escolas, igrejas e outros locais sobre a importância da protecção e conservação do meio ambiente.
Além da destruição da biodiversidade, causada principalmente pela desflorestação desregrada na província, concorrem também para a degradação do meio ambiente a fraca educação das pessoas quanto à gestão e tratamento adequado dos resíduos sólidos.
O ambientalista Osvaldo Pakissi esclarece que nas zonas rurais a degradação do meio ambiente está muito relacionada com a perda da biodiversidade, causada pela desflorestação, assim como o aumento das áreas agrícolas, enquanto que nas cidades, sublinha, o problema está mais associado à lavagem de viaturas próximo dos rios, onde os lubrificantes representam uma ameaça séria ao manto freático.
No caso da lavagem de viaturas junto aos rios, o ambientalista diz que ao causar a poluição do lençol freático, surgem problemas que afectam outras aéreas e, em consequência, a má qualidade ambiental.
Osvaldo Pakissi defende, por isso, a realização de campanhas de educação ambiental associadas a “determinadas medidas de carácter social”. O ambientalista reconhece que a cidade do Huambo e outros centros urbanos da província registam mudança na sua imagem graças à colaboração da população, que aos poucos vai tomando consciência e colabora com as autoridades nas campanhas de plantação de árvores e nos novos modelos de recolha e tratamento de lixo estabelecidos pelo executivo provincial. A propósito, foi estabelecido que o lixo deve ser depositado nos contentores, em horário estipulado, dentro de um saco.
A técnica do departamento do Ambiente da Direcção Provincial do Urbanismo, Ambiente e Ordenamento do Território, Sofia António, corrobora a ideia de que a solução dos problemas ambientais passa, essencialmente, pela consciencialização ambiental, com o contributo de todos os actores sociais