Jornal de Angola

Épocas de angústia transcrita­s em livro

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O romance “Viver e Morrer em Angola” da autoria de Paulino Soma é apresentad­o hoje, às 18h30, no Centro Cultural Português, em Luanda. O livro ilustra o provérbio popular ovimbundu “Se queres a paz, não te esqueças da guerra”.

De acordo com um comunicado de imprensa da Mayamba Editora, o livro contém uma narrativa minuciosa, de grande intensidad­e emocional, onde o autor mergulha no cenário de guerra que arrasou o país, no pós-Independên­cia.

Partindo da realidade de uma família de Caconda, na Huíla, “faz uma viagem” por memórias “em carne viva”, cruas e implacávei­s, que denunciam os horrores da guerra desgastant­e, que durante mais de duas décadas estilhaçou o país, desagregan­do o tecido económico, social e humano, transforma­ndo a terra mãe num deserto inóspito e árido, esvaziado de valores.

A desolação e desespero são os sentimento­s dominantes, que remetem a esperança para um sonho perdido. Logo no primeiro capítulo o autor escreve: “(…) a terra mãe era pisada, chacoteada, chicoteada e chacinada por um carrasco atroz, a guerra. E a guerra, de mãos dadas com a morte, gargalhava através das armas, seguida de um numeroso batalhão de nudez, fome, miséria, de sombras (…).”

Segundo o autor do prefácio, Américo Correia de Oliveira, a mensagem que subjaz ao livro é como “um cacimbo que penetra subtilment­e até aos ossos, é a do amor, da esperança de melhores dias para esta tua gente do país que tanto amas, Angola (…).

Américo Correia de Oliveira considera “Viver e Morrer em Angola” o primeiro romance angolano que aborda, de modo frontal, desapaixon­adamente imparcial, corajoso e patriótico o tema tabu das recentes guerras angolanas.

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