Nível perigoso de radiação em Fukushima
A empresa Tepco, que opera a central nuclear de Fukushima, anunciou ontem ter registado um nível recorde de radiação no local e um buraco numa parte de metal do sarcófago do reactor número 2.
Uma pequena câmara foi colocada em Janeiro nesta unidade e a análise das imagens feitas dentro do local permitiu a dedução de que, numa parte do sarcófago, “a radiação pode alcançar 530 sieverts por hora.” Um homem exposto a uma radioactividade deste nível morreria praticamente na hora.
“Há uma margem de erro, então, o nível pode ser 30 por cento inferior, mas continua a ser elevado”, confirmou à AFP o porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), Tatsuhiro Yamagishi.
O registo anterior, de 2012, num outro ponto do reactor 2, era, segundo a Tepco, de 73 sieverts.
“O nível extremamente elevado de radiação medido no local, se for exacto, pode indicar que o combustível não está longe e que não está coberto por água”, afirmou ao canal público NHK, Hiroshi Miyano, professor da Universidade Hosei, que preside a uma comissão de estudos para o desmantelamento da central nuclear devastada.
Além disso, os técnicos constataram um buraco de um metro numa plataforma de metal situada no sarcófago, sob o depósito que contém o coração do reactor.
“Pode ter sido provocado pela queda de combustível, que teria derretido e produzido o buraco no depósito, mas isto é apenas uma hipótese”, afirmou o porta-voz.
Os reactores um, dois e três foram os mais danificados e provocaram uma enorme emissão de substâncias radioactivas, após o tsunami que devastou a central nuclear, em Março de 2011.