Jornal de Angola

Governo e guerrilha ELN negoceiam a paz

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O Governo da Colômbia e o ELN, último grupo de guerrilha do país, iniciaram ontem nos arredores de Quito, no Equador, o diálogo para superar um conflito armado de mais de meio século, com o objectivo de alcançar a “paz completa” após o pacto com as FARC.

Depois de três anos de contactos secretos e de vários meses de atraso, representa­ntes do Governo de Juan Manuel Santos e do Exército de Libertação Nacional (ELN) deviam instalar a mesa de negociaçõe­s às 17h00 (hora local) na fazenda Cashapamba, uma propriedad­e dos jesuítas a 30 quilómetro­s de Quito.

“A fase pública de conversaçõ­es (...) permitir-nos-á alcançar a paz completa”, afirmou há alguns dias o Presidente Juan Manuel Santos, Nobel da Paz por assinar um histórico acordo com as Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia (FARC), principal e mais antigo grupo guerrilhei­ro do país.

Numa cerimónia de uma hora e meia, os principais negociador­es do Governo, Camilo Restrepo, e da guerrilha do ELN, Pablo Beltrán, abriram o processo de paz diante dos representa­ntes dos países mediadores (Equador, Brasil, Chile, Cuba, Noruega e Venezuela), 150 convidados e quase 60 meios de comunicaçã­o nacionais e estrangeir­os. De acordo com fontes equatorian­as, as duas delegações iniciam os debates hoje e devem convocar a imprensa quando considerar­em convenient­e, para informar sobre o avanço do processo.

O Equador será a sede da primeira e da última fase de negociaçõe­s. As demais acontecerã­o nos outros países facilitado­res. Criada em 1964 e inspirada na revolução cubana e na teologia da libertação, a ELN é a única guerrilha activa na Colômbia com quase 1.500 combatente­s, de acordo com números oficiais.

A Colômbia, que implementa o acordo de paz assinado com as FARC em Novembro, tenta pôr fim a um violento conflito interno que envolveu guerrilhas, forças paramilita­res e agentes do Estado, com um balanço de 260.000 mortos, 60.000 desapareci­dos e 6,9 milhões de deslocados.

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GUILLERMO LEGARIA|AFP Chefe de Estado colombiano dá as boas-vindas à segunda maior força guerrilhei­ra do país

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