Escravidão sexual preocupa a ONU
A representante especial do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas para Crianças e Conflito Armado, Leila Zerrougui, disse na terça-feira que testemunhos de mulheres e crianças recémlibertadas do Estado Islâmico revelam um “padrão de estupro e escravidão sexual, particularmente contra os migrantes na Líbia” e que várias sobreviventes estão grávidas após as agressões que vieram a público depois da recente operação militar em Sirte, no leste do país.
Leila Zerrougui manifestou grande preocupação com a situação dos migrantes na Líbia, “um país de destino e de trânsito”.
Nessas viagens, explicou a representante especial da ONU, migrantes de várias idades enfrentam violações graves como abuso sexual cometida pelas partes do conflito líbio.
Os responsáveis incluem contrabandistas, traficantes e outros grupos criminosos, e os riscos dos migrantes incluem incidentes de violência sexual durante a detenção em períodos que chegam a durar meses, nos centros oficiais e não oficiais com migrantes sem documentação.
Leila Zerrougui considerou “alarmante” a presença de mulheres e crianças detidas na prisão de Al Jawiya, cujas “condições precárias” incluem celas superlotadas, falta de acesso a alimentos adequados, água e remédios. E lamentou a ausência de guardas nesses locais, que, sublinhou, era uma “medida de protecção importante”.
Leila Zerrougui apelou às autoridades líbias para reverem urgentemente a política migratória do país e adoptem medidas de protecção adequadas, com o apoio das Nações Unidas e da comunidade internacional. "O objectivo é diminuir os riscos dos actos de violência sexual que tenham ocorrido durante a detenção de migrantes."
Pediu também que seja cumprida a resolução do Conselho de Segurança sobre o tráfico de pessoas e o uso de violência sexual por grupos rebeldes, para garantir que vítimas do Estado Islâmico sejam consideradas "vítimas de terrorismo", o que permite receberem indemnizações e apoio de subsistência. Mulheres libertadas do Estado Islâmico revelam padrão de abusos contra migrantes