Criada uma força conjunta contra terrorismo no espaço
Os Chefes de Estado dos países que integram o G5 Sahel - Burkina Faso, Mauritânia, Mali, Níger e Chade - decidiram ontem criar imediatamente uma Força Conjunta para lutar contra o terrorismo e o crime transnacional organizado no espaço.
A decisão foi tomada durante uma cimeira extraordinária realizada na capital maliana, Bamako, na qual os estadistas presentes consideraram “preocupante” a situação de segurança na região e que a luta contra o terror só é eficaz com uma iniciativa global concertada e coordenada.
A cimeira, que designou o Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Kéita, para liderar o G5 Sahel durante um ano, contou com a presença dos Presidentes Roch Marc Christian Kaboré (Burkina Faso), Mohamed Abdel Aziz (Mauritânia), Mahamadou Issoufou (Níger) e Idriss Déby (Chade), bem como do Presidente da Guiné Conacri Alpha Condé, na qualidade de líder em exercício da União Africana.
Na ocasião, o líder em exercício cessante, Idriss Déby Itno, disse que o bloco regional não espera que os seus parceiros seus enviem soldados “para morrer no Sahel”, mas apoio material e financeiro “para que a própria região resolva a insegurança no espaço comum”. Além da situação de segurança no Mali, agravada após um ataque mortífero ocorrido em 18 de Janeiro último num campo em Gao, no norte do país, e o seu impacto no Sahel em geral, a cimeira identificou soluções concertadas para garantir a paz e segurança necessárias para o desenvolvimento sustentável dos Estados membros.
O G5 Sahel realizou duas cimeiras extraordinárias, em Fevereiro e Dezembro de 2014, em Nouakchott (Mauritânia), e uma reunião ordinária em Djamena, Chade, em Novembro de 2015. Também organizou encontros sectoriais sobre segurança, radicalização, juventude e promoção da mulher, além de reuniões de alto nível com a ONU, União Africana, União Europeia e outros parceiros bilaterais e multilaterais.
Nestes encontros, o bloco debateu acções destinadas a enfrentar os grandes desafios da região como o reforço da paz e da segurança, o desenvolvimento das zonas de fraca densidade humana, a segurança alimentar, o desenvolvimento de infraestruturas, as mudanças climáticas e a gestão da água, entre outras.