Risco de genocídio afecta Sudão do Sul
O assessor especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, alertou ontem para altos níveis de violência em várias zonas do Sudão do Sul e advertiu que há risco de serem cometidas “atrocidades”, quando, segundo dados da organização, mais de 52.000 sul-sudaneses fugiram em Janeiro para o Uganda.
Adama Dieng refere que muitos refugiados testemunharam assassínatos de civis, destruição de casas, casos de violência sexual e saques de terras e propriedades e pede a todas as partes do conflito para cessarem as hostilidades e trabalharem para a paz “antes que a fragmentação territorial e a destruição do tecido social seja irreversível”.
Na véspera, o enviado da ONU para a região dos Grandes Lagos, Said Djinnit, garantiu que as Nações Unidas estão prontas para ajudar o Sudão do Sul a lidar com a questão dos antigos combatentes da oposição que fugiram do seu país para a República Democrática do Congo após a violência de Julho passado.
Na sua primeira visita ao país mais novo do mundo, Said Djinnit disse que o governo congolês já tinha pedido que esses elementos fossem levados para fora da região, mas esclareceu que as autoridades sul-sudanesas também consideram conceder uma amnistia.
Said Djinnit disse ser preciso que os combatentes desarmados, actualmente sob custódia da Missão da ONU na RDC sejam integrados na nação de origem. A meta, prosseguiu, é ouvir os pontos de vista do governo do Sudão do Sul para que, com a ajuda da ONU, os ex-rebeldes sejam transferidos para o seu país ou para nações vizinhas "de uma forma aceitável para todos".
Para Said Djinnit, essa movimentação deve ser feita de maneira “que sustente e apoie a estabilidade, a paz e também reforce as relações entre o Sudão do Sul e os seus vizinhos”.
Sublinhou o apoio da ONU ao processo de paz, e disse estar preocupado com os combates em curso e as suas implicações humanitárias.