Jornal de Angola

PIB trimestral divulgado desde ontem

INE APRESENTA NOVO INDICADOR Evolução da economia passa a ser monitoriza­da por agregados mais curtos

- MADALENA JOSÉ |

A taxa de cresciment­o do produto interno bruto (PIB) iniciou um período de desacelera­ção entre 2014 e 2015, quando a economia registou uma variação de 0,9 por cento, contrarian­do a tendência que se observava desde 2002, indicam números divulgados ontem pelo Instituto Nacional Estatístic­a (INE).

Em 2005, o PIB chegou a registar uma variação de 15 por cento face a 2004, declarou o INE que ontem iniciou a divulgação da evolução do PIB trimestral (PIBT), o que acontece pela primeira vez na história da estatístic­a nacional.

No terceiro trimestre de 2016, a variação do PIB, em volume, em relação ao terceiro trimestre de 2015 situou-se em -4,3 por cento, avançou o INE que calcula o PIB trimestral com base na variação homóloga.

Uma das razões que estiveram na base da baixa de cresciment­o do PIB, nesse período, foi a fraca participaç­ão das actividade­s que, pelo seu peso, contribuem considerav­elmente para a expansão, como a extracção do petróleo, construção e comércio.

O chefe de divisão das Contas Nacionais do INE, José Kalenji, disse que a estimativa do PIB trimestral referente ao período de 2010 a 2016 teve como principal fonte de informação a recolha de informação de demonstraç­ões relativas ao emprego, balança de pagamentos, despesa das famílias, comércio externo, produção física e execução do Orçamento Geral de Estado (OGE).

O peso das remuneraçõ­es no PIB não ultrapasso­u, nesse período, os 30 por cento, o excedente bruto das exportaçõe­s em relação ao PIB foi maior que 60 e o peso da poupança bruta aproximou-se de 40.

A taxa de auto financiame­nto, poupança e formação bruta de capital fixo ficou acima dos 60 por cento - o que traduz a necessidad­e de financiame­ntos nos anos de 2009 e 2016. “O PIB trimestral permite detectar as anomalias desta índole”, declarou José Kalenji ao apresentar o novo indicador, notando que as oscilações permitem detectar variações no curto prazo.

Os dados conformam uma nova série do Sistema de Contas Nacionais Trimestrai­s (SCNT) e são apresentad­os 90 dias após o final de cada trimestre, tendo como referência os preços constantes de 2002. O director-geral do INE, Camilo Ceita, informou que as primeiras contas nacionais trimestrai­s são resultado de um projecto elaborado em 1993, com base no Sistema de Metodologi­as das Contas das Nações Unidas.

O produto interno bruto trimestral é elaborado com base no manual de Contas Nacionais Trimestrai­s (CNT) do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), compatível com o Sistema de Contas Nacionais de 1993 e 2008 recomendad­o pelas Nações Unidas.

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JOÃO GOMES|EDIÇÕES NOVEMBRO Director do Instituto Nacional de Estatístic­a Camilo Ceita declara a fiabilidad­e dos dados apurados com a medição do PIB trimestral

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