Jornal de Angola

Humpata valoriza monumentos históricos

PROVÍNCIA DA HUÍLA Cemitério Boer e casa de Norton de Matos entre as referência­s na região

- ARÃO MARTINS |

A Administra­ção Municipal da Humpata procura valorizar monumentos e sítios históricos de referência nacional, disse ontem a administra­dora municipal.

Paula Nassone disse ao Jornal de Angola que o município possui locais históricos de referência nacional e internacio­nal ainda pouco conhecidos.

A conservaçã­o e divulgação desses locais é uma prioridade da Administra­ção Municipal. Destacam-se a antiga residência de Norton de Matos, alto-comissário português para Angola, e o Cemitério Boer, ligado à fundação do município da Humpata, então colónia de São Januário.

A antiga casa de Norton de Matos situa-se no perímetro da Estação Zootécnica da Humpata. AAdministr­ação Municipal quer tornar o local numa zona turística de referência e fonte de receitas para o município.

“Foi na antiga residência do Alto Comissário Português para Angola, general Norton de Matos, que se proclamou a elevação de Sá da Bandeira a cidade, no dia 31 de Maio de 1923”, disse Paula Nassone.

AAdministr­ação Municipal solicitou ao Governo Provincial e ao Ministério da Cultura a reabilitaç­ão total do edifício. “É pretensão da Administra­ção Municipal da Humpata tornar este local turístico de referência onde todos podemos nos orgulhar, e pode vir a ser fonte de arrecadaçã­o de receitas”, afirmou Paula Nassone.

O edifício tem uma varanda na fachada e outra de lado, salas de espera, visitas e de jantar, dois corredores, duas casas de banho e três quartos. A residência, com pilares de cimento, tem as divisões feitas em madeira e é coberta com chapas de zinco. O edifício tem 13,30 metros de compriment­o, 13 metros de largura e 5,77 metros de altura.

Paula Nassone disse que está por localizar a planta do edifício e a documentaç­ão antiga e recente da casa, mas trata-se de uma construção England-Bowton e AAL Norwichh, onde se hospedavam governante­s e técnicos de agronomia. É também a primeira construção de madeira do município.

O Cemitério Boer da Humpata está ligado à fundação do município. “Após se ter instalado na região um número consideráv­el de indivíduos de raça branca (entre colonos portuguese­s e bóeres, que estavam subordinad­os à governação portuguesa), ergueramse infra-estruturas para fins diversos. No local, estão 31 campas de indivíduos vítimas de doenças diversas e inadaptaçã­o ao clima. A primeira data de 1884.

O cemitério Boer é um local de interesse histórico, turístico e cultural e único em todo o país.

O cemitério foi classifica­do como património histórico e cultural por despacho número 92/200 de 26 de Maio do Ministério da Educação e Cultura. Faz parte da arquitectu­ra religiosa e funerária do país. A História refere que a Humpata foi o núcleo da colonizaçã­o Bóer iniciada em 1880, sob a administra­ção local do alferes Artur Paiva, que se manteve em funções até 1888, tendo casado com Jacquelina Botha, filha do chefe da colónia bóer.

Descendend­o dos holandeses que se fixaram na África do Sul em 1652, a primeira colónia de 270 bóeres era composta por 57 chefes de família, em que avultava a figura de Jacobus Botha, que chegou à Huíla, em 22 de Dezembro de 1880.

Na Humpata, a 22 quilómetro­s da cidade do Lubango, veio a fundarse também uma colónia portuguesa, em 1883, com 41 colonos, vindos da extinta colónia de Pungo Andongo, Malanje, a que se juntaram, em 1885, mais colonos madeirense­s.

A Humpata manteve a importânci­a militar e administra­tiva até que, a 2 de Setembro de 1901, foi criado o Distrito da Huíla, por desanexaçã­o do distrito de Moçâmedes.

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ARÃO MARTINS - HUMPATA|EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-governador provincial da Huíla para o sector Económico Sérgio da Cunha Velho visitou os locais de interesse históricos da Humpata

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