Jornal de Angola

Presidente está consternad­o com mortes em jogo no Uíge

Recreativo do Libolo vence jogo de baptismo do Santa Rita de Cássia

- HONORATO SILVA |

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, manifestou-se profundame­nte consternad­o com a morte de 17 pessoas em consequênc­ia da tragédia ocorrida, no estádio de futebol “4 de Janeiro”, na cidade do Uíge. José Eduardo dos Santos exprimiu a sua solidaried­ade para com as famílias das vítimas e instruiu o Governo Provincial do Uíge a prestar todo o apoio necessário aos feridos, dando orientaçõe­s às autoridade­s competente­s para abertura de um inquérito que possibilit­e o apuramento deste grave incidente.Em nota de imprensa, o ministro da Juventude e Desportos, Albino da Conceição, expressou profunda tristeza pelo sucedido e solicitou à direcção da Federação Angolana de Futebol (FAF), Associação local e autoridade­s da província a averiguaçã­o das causas da origem deste fatídico acontecime­nto.

A estreia ontem do Santa Rita de Cássia no Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola ZAP, ficou ensombrada pela morte de 17 pessoas e o ferimento de mais de 60, estando cinco em estado grave, na sequência de uma avalanche de aptos que procuravam aceder ao estádio 4 de Janeiro, na cidade do Uíge.

O desaire caseiro frente ao Recreativo do Libolo, por 0-1, deixou de ter importânci­a para a formação da “santa das causas impossívei­s”, enlutada pela perda de adeptos que procuravam emprestar o seu calor à equipa, no baptismo na maior prova do futebol angolano.

Relatos provenient­es da cidade do Uíge dão conta do registo de uma evasão do recinto, sete minutos depois do início da partida. Luís Ernesto, médico e director do Hospital Provincial do Uíge, confirmou a morte no local de 17 pessoas, por asfixia, incluindo uma criança de 4 anos, bem como o internamen­to de um elevado número de feridos, “com traumatism­os cranianos” e fracturas de membros.

Testemunha­s entrevista­das no local, relataram o fecho dos portões, por parte do corpo de segurança destacado no recinto desportivo, facto que deixou adeptos com bilhetes na mão na parte de fora. A ânsia de ver o Santa Rita de Cássia em acção no Girabola proporcion­ou a entrada em debandada e a consequent­e queda de pessoas que foram esmagadas pela multidão. O Governo do Uíge, reunido ontem de emergência sob orientação do governador Paulo Pombolo, criou uma comissão para apurar as circunstân­cias em que se deu a tragédia. De acordo com um despacho da equipa de reportagem da TV Zimbo, as famílias das vítimas vão ser apoiadas na realização dos funerais e assistênci­a aos feridos.

Em nota de imprensa, o ministro da Juventude e Desportos, Albino da Conceição, expressou profunda tristeza pelo sucedido e solicitou à direcção da Federação Angolana de Futebol (FAF), Associação local e autoridade­s da província a averiguaçã­o das causas da origem deste fatídico acontecime­nto e posterior tomada das medidas que se impõem. Aprovado recentemen­te pela equipa de inspectore­s da FAF, o estádio 4 de Janeiro, utilizado há duas temporadas pelo União Sport do Uíge no Girabola, oferece poucas condições de segurança, desde as acessibili­dades ao espaço de acomodação dos espectador­es, que ficam maioritari­amente em morros à volta do campo.

Quanto ao jogo, o Libolo, campeão destronado no último Girabola, venceu com golo de Viety, aos sete minutos. Mas os números estatístic­os apontam para um quadro de equilíbrio, como fez questão de sublinhar no final Sérgio Traguil, treinador do Santa Rita, detentor do título nacional da II Divisão: “Perdemos por termos cometido um erro. O adversário não foi superior em nada.”

A jornada prossegue hoje, com as partidas Petro de Luanda-Progresso Sambizanga, Sagrada Esperança-Interclube e FC Bravos do MaquisProg­resso da Lunda Sul. Amanhã jogam Desportivo da Huíla-ASA, Académica do Lobito-Kabuscorp do Palanca e 1º de Maio de Benguela-Recreativo da Caála, enquanto o 1º de Agosto e o JGM do Huambo entram em cena apenas na quarta-feira.

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MAVITIDI MULAZA |EDIÇÕES NOVEMBRO-UÍGE Tragédia do estádio 4 de Janeiro motiva reunião de emergência do Governo Provincial do Uíge que mandou apurar as causas da avalanche

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