Ministro da Saúde no Cuando Cubango
O novo hospital geral do Cuando Cubango construído de raiz e apetrechado com tecnologia moderna pode passar à categoria de unidade orçamentada, afirmou ontem, em Menongue, o ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, que efectuou uma visita de trabalho de dois dias à região.
Na quinta-feira, primeiro dia da visita, Luís Gomes Sambo, acompanhado pelo vice-governador para o sector político e social, Pedro Camelo, percorreu todas as divisões da instituição hospitalar, que deve ser inaugurado no decurso deste ano e no qual vão ser enquadrados novos médicos, enfermeiros e pessoal de apoio, para assegurar o seu funcionamento normal.
Com uma capacidade de internamento para 200 pacientes, o hospital custou aos cofres do Estado mais de 60 milhões de dólares. A unidade dispõe de sete blocos operatórios, Banco de Urgência, serviços de imagiologia, Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), laboratórios de análises clínicas, 15 camas de observação pós operação e uma morgue com 14 gavetas.
Conta ainda com dois fornos para incineração de lixo hospitalar, casa de máquinas para a produção de gases medicinais, um grupo gerador com capacidade de 1.250 KVA, refeitório, área administrativa, sala de tratamento de água potável, depuradora de águas residuais e 24 casas do tipo T3 para os médicos.
A estrutura que tem um tempo de vida estimado em 30 anos, dispõe também de salas de serviço de medicina geral, pediatria, estomatologia, obstetrícia, otorrinolaringologia, oftalmologia, cirurgia reconstrutiva, hemoterapia, cardiologia, dermatologia, fisioterapia, nutrição, urologia, neurocirurgia, psicologia, ginecologia-obstetrícia, anestesia entre outras.
Luís Gomes Sambo mostrou-se satisfeito com a imponente estrutura hospitalar, apetrechada com equipamentos médicos de última geração. O ministro prometeu, tão logo se faça o recrutamento de pessoal, a instituição vai estar à disposição da população local e de outras províncias do país, tendo em atenção os múltiplos serviços instalados.
O ministro da Saúde visitou também a maternidade de Menongue, o hospital pediátrico, a cadeia de frio, o centro ortopédico e o hospital provincial, tendo recebido igualmente informações detalhadas sobre o funcionamento dos mesmos, tendo prometido soluções imediatas para as dificuldades apresentadas.
Luís Gomes Sambo garantiu que após a inauguração e entrada em funcionamento do Hospital Geral do Cuando Cubango, o actual estabelecimento hospitalar provincial entrará em obras.
Ontem, Luís Gomes Sambo e a comitiva que o acompanha visitou o município do Cuíto Cuanavale, onde avaliou as obras do hospital municipal, paralisadas há mais de dois anos, deslocando-se a seguir à ponte sobre o rio Cuíto Cuanavale, incluindo o Triângulo do Tumpo, onde as ex-FAPLA travaram o exército do regime do apartheid sul africano.
Profissionais desmedidos
No final da visita, Luís Gomes Sambo elogiou o nível de prontidão dos profissionais de saúde no Cuando Cubango, que apesar das inúmeras dificuldades, desde a falta de infra-estruturas condignas, medicamentos e materiais gastáveis, continuam a dar o seu melhor para o atendimento condigno dos pacientes. “É necessário obtermos mais detalhes sobre os problemas que afligem este sector na região, e traçar estratégias de reforço técnico e metodológico”, disse o ministro, salientando que a visita ao Cuando Cubango serviu para avaliar a actividade do sector na região.
Para o ministro da Saúde, a província do Cuando Cubango fez muitos progressos em termos de construção de infra-estruturas, mas reconheceu a existência de muitas lacunas ainda por resolver.
Principais epidemiologias
O director provincial de Saúde do Cuando Cubango, Lucas Dala, apontou a malária, doenças diarréicas e respiratórias agudas, parasitoses intestinais e as infecções de transmissão sexual, com realce do VIH/sida, como as principais na região. Lucas Dala reconheceu igualmente, dificuldades no combate às referidas doenças, visto que em 2016, a província recebeu poucos medicamentos do Centro de Compras e Aprovisionamento de Medicamentos e Meios Médicos (CECOMA), que causou rotura de stock em todas as unidades sanitárias da região.
O Hospital Provincial do Cuando Cubango, referiu, recebe uma quota financeira de oito milhões de kwanzas, ao passo que para o seu funcionamento normal são necessários 95 milhões de kwanzas.
A maternidade provincial precisa de 60 milhões por mês contra os quatro milhões actuais, enquanto para assegurar o funcionamento do centro ortopédico de Menongue são necessários 12 milhões de kwanzas contra os actuais um milhão.