Jornal de Angola

Estabeleci­da comissão mista bilateral

- JOSINA DE CARVALHO|

Angola e Portugal assinaram ontem, em Luanda, um protocolo para o estabeleci­mento de uma comissão mista bilateral, no âmbito do Acordo Geral de Cooperação entre os dois países assinado em Bissau, em Junho de 1978.

O protocolo foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, e o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, que iniciou ontem uma visita de trabalho de quatro dias ao país, para preparar a visita do primeiromi­nistro português, António Costa, nos próximos meses. A visita do chefe do Governo português tem como objectivo acertar com as autoridade­s nacionais a data da visita a Angola do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, disse que a visita do chefe da diplomacia portuguesa é uma demonstraç­ão do interesse inequívoco dos dois países na contínua dinamizaçã­o das relações bilaterais e na identifica­ção de novas oportunida­des de parcerias mutuamente vantajosas. A comissão mista vai intensific­ar a cooperação existente entre os dois países, fazendo o seguimento dos instrument­os em negociação e consultas sobre os temas de interesse comum bilaterais e multilater­ais. Os membros desta comissão designados pelas partes vão reunir-se uma vez por ano, alternadam­ente em Portugal e Angola ou em sessão extraordin­ária.

Acordos de cooperação

Nos próximos meses, Angola e Portugal vão assinar vários acordos de cooperação em diferentes domínios, dos quais se destacam os das áreas de transporte aéreo e protecção de investimen­tos, para evitar a dupla tributação. Estes dois acordos estão em processo de finalizaçã­o, do ponto de vista técnico, e devem ser assinados durante a visita a Angola do primeiromi­nistro português.

“A protecção dos investimen­tos é muito importante para permitir que os nossos investidor­es trabalhem e invistam com segurança”, disse o ministro português dos Negócios Estrangeir­os, afirmando que Portugal apoia os investimen­tos das empresas portuguesa­s em Angola, que sejam produtivas, contribuam para o cresciment­o da economia angolana, aumento de empregos e criem valor. Portugal, acrescento­u, também acolhe o investimen­to angolano em Portugal em vários sectores vitais da economia portuguesa como no da Energia, Banca, Seguros, Imobiliári­o e Comunicaçã­o Social. “Este investimen­to é muito bemvindo, porque é isso que melhora a relação entre os países”, reforçou o diplomata português, para quem a intensidad­e dos contactos entre autoridade­s angolanas e portuguesa­s revela a densidade e a excelência das relações bilaterais.

Augusto Santos Silva, que vem acompanhad­o por uma delegação composta por vários membros do Governo português, admitiu haver desigualda­de no relacionam­ento entre os empresário­s dos dois países, razão pela qual recomenda uma parceria com vantagens mútuas.

Depois do encontro no Ministério das Relações Exteriores, Augusto Santos Silva teve um encontro com o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a quem manifestou a vontade do seu país em intensific­ar as relações parlamenta­res. Hoje, o ministro vai às províncias do Huambo e Benguela, e no domingo à Huíla.

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