CARTAS DO LEITOR
Ano lectivo
Sou encarregado de educação e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para felicitar o diário, enaltecer os professores, alunos e os outros encarregados pela forma como o ano lectivo arrancou.
Nesta primeira e segunda semana foi possível notar a presença significativa de professores, embora o mesmo não se possa dizer dos alunos de uma maneira geral. Em todo o caso, foi bom saber que as escolas em Luanda estiveram todas organizadas e preparadas para receber os alunos, nos diferentes turnos, e que as coisas arrancaram muito bem.
Espero que este espírito prevaleça e que os nossos professores e alunos saibam gerir positivamente todo este processo de ensino e aprendizagem para bem dos nossos alunos e do nosso ensino. Para terminar, gostaria de exprimir as minhas mais calorosas saudações a professores e alunos.
Os sul-africanos lembram com saudade o homem que um dia disse que “trabalhando juntos vamos erguer um país em que cada sul-africano vai poder realizar-se pessoalmente e as lembranças do apartheid vão transformar-se numa ténue memória do passado”.
Este ano a governação do ANC está a dedicar-se à memória de Oliver Tambo cujo nome está imortalizado no famoso aeroporto internacional de Joanesburgo. Como angolano estou a gostar da forma como os sul-africanos estão a enaltecer o papel que “OR”, como gostava pessoalmente de ser chamado, teve para que a África do Sul trilhasse um caminho diferente do que viveu entre 1948 e 1994. Ainda bem que as gerações mais novas estão a ser devidamente preparadas e ensinadas para lidar com o legado da História mais recente da África do Sul. Os mais velhos aqui na África do Sul, onde eu vivo desde há mais de 20 anos, gerem exemplarmente os processos de transição de uma geração para a outra. Isto constitui um exemplo para toda a África e gostaria que esse exemplo fosse acompanhado noutras paragens do continente.
Como angolano cuja terra acolheu numerosos combatentes do ANC, digo que valeu a pena as autoridades do meu país terem ficado do lado certo da História, ao apoiarem inequivocamente o então movimento anti-apartheid.
Comércio ambulante
Sou usuário da Estrada de Catete e sempre que passo por essa via estruturante deparo-me com vendedores em pleno asfalto. Já muito se escreveu sobre o comércio e a venda ilegal na rua, mas importa sempre abordar este problema na medida em que a forma como as coisas são feitas afectam a vida de milhares de pessoas. A venda na rua e de qualquer forma contribui para o aumento de lixo, mau cheiro e degradação das condições de vida de todos nós. Como notamos, a maioria das pessoas que deambulam pelas ruas da cidade a vender corre inúmeros riscos, a começar com a sua própria segurança. Por outro lado, a venda em plena estrada é outra situação preocupante que merece a tomada de medidas urgentes para acabar com a presente situação. Na Estrada de Catete, uma via veloz, tem sido visível a presença de vendedores em plena estrada, correndo todos os riscos, sem que ninguém ou nenhuma entidade faça alguma coisa. Trata-se de um comportamento que, a ser reiterado, começa a tornar-se normal. Muitas maneiras de ser e de estar, que passaram a ser encaradas como naturais, começaram assim com insistência e teimosia. Espero que a Polícia Nacional reponha a legalidade, punindo severamente os que insistem em vender em plena estrada, atentando gravemente contra a sua segurança e a dos automobilistas.