Países relançam cooperação
AUDIÊNCIAS Ministra da Cultura recebe diplomatas argelino e egípcio
O relançamento e dinamização da cooperação cultural marcou quinta-feira a audiência da ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, ao embaixador da Argélia em Angola, Larbi Latrach.
Em cerca de meia hora, a governante angolana e o diplomata argelino passaram em revista os laços de amizade e cooperação entre os dois países, com maior ênfase para a vertente de formação artístico/cultural.
A ministra Carolina Cerqueira destacou a necessidade de formação nas áreas de História, Museologia, Antropologia, Artes plásticas e Música e fez igualmente menção à necessidade de troca de experiência e intercâmbio em áreas como o folclore, tendo em conta a sua importância na preservação, valorização e divulgação da identidade cultural de um povo.
Por seu turno, o embaixador da Argélia, Larbi Latrach, manifestou a disponibilidade do seu país em contribuir para o desenvolvimento dessas áreas, sendo, no entanto, necessário que a parte angolana indique as suas necessidades em termos de áreas de actuação. O embaixador, no final, convidou a ministra Carolina Cerqueira para uma visita ao seu país com o intuito de tomar contacto com a realidade cultural argelina e as diversas valências do país do Magreb que está ligado a Angola por laços históricos de amizade e de cooperação.
Apoio do Egipto
O embaixador do Egipto em Angola, Khaled Hassan, manifestou na quinta-feira, em Luanda, a disponibilidade do seu país em contribuir para o desenvolvimento e cooperação nas áreas dos museus, cinema, música e literatura.
O diplomata egípcio, que falava num encontro com a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, manifestou igualmente a intenção de ajudar Angola no programa de restauro das infra-estruturas museológicas, bem como do acervo dos museus, disponibilizando especialistas desta área.
O embaixador Khaled Hassan afirmou que é essencial a troca de experiência e intercâmbio, tendo em conta o vasto conhecimento dos especialistas egípcios neste segmento cultural.
Segundo Khaled Hassan, na área da literatura, há a disponibilidade para a tradução de obras de autores angolanos, com o intuito de divulgar o produto cultural angolano no seu país, reforçando, cada vez mais a cooperação e o conhecimento de Angola em terras egípcias.
A ministra Carolina Cerqueira apontou a formação de quadros nos vários domínios e o intercâmbio artístico/cultural como algumas das áreas prioritárias no que à cooperação cultural diz respeito.
A governante angolana assegurou que os técnicos do Ministério da Cultura vão identificar as áreas e as necessidades em que se espera contar com o apoio do Egipto e posteriormente será estabelecido um quadro geral das prioridades identificadas.
A área cinematográfica e de representação teatral mereceram também o interesse das duas entidades.
Finalmente, o embaixador do Egipto reiterou a necessidade de artistas egípcios deslocarem-se a Angola para, nos vários domínios, expandirem a arte e a cultura do seu país e colher experiências da realidade angolana.
Angola participa desde quintafeira, até 19 deste mês, na vigésima sexta edição da Feira Internacional do Livro de Havana, que decorre na capital cubana e se estende para outras cidades do país até o próximo dia 16 de Abril.
A delegação angolana é composta pelo secretário de Estado da Cultura, João Constantino, o director da Biblioteca Nacional, João Lourenço, e o escritor Roderick Nehone e cumpre um programa de trabalho até ao próximo dia 16.
A participação no colóquio “Fidel, política e cultura, pensamento político de Fidel”, no painel “Formação do Pensamento Político de Fidel Castro - Estratégia, Ideias e Acção na Luta Revolucionária”, bem como na apresentação de um multimédia sobre a vida e obra do dirigente político e intelectual cubano Armando Hart D´Avalos, constam do programa de visita.
Prevê-se que a delegação participe no colóquio sobre Cultura e Humanismo em Fidel Castro, nas conferências sobre “Concepção de Fidel sobre o papel da Cultura na Revolução Cubana”, a cargo do ministro cubano da Cultura, Abel Prieto, e sobre “Humanismo em Fidel e o seu legado”, além da inauguração de uma exposição fotográfica “Hart paixão por Cuba” e numa cerimónia central de homenagem a Armando Hart, que foi ministro da Cultura nos primeiros anos da revolução cubana e posteriormente dedicou-se a estudar a obra do herói nacional José Martí.
O programa completa-se com a participação na cerimónia de apresentação do livro “Quando me fiz fidelista”, do Comandante da Revolução Guillermo Garcia Frias, um encontro com a subdirectora-geral da Biblioteca Nacional José Marti, Nancy Machado, e a participação no painel dedicado à obra martiana (relativo ao herói nacional cubano José Martí), de Armando Hart.
A Feira Internacional do Livro de Havana, uma das maiores iniciativas culturais realizadas anualmente em Cuba com a participação de delegações de vários países e muito público, conta nesta edição com apresentações de livros de vários autores, mostras de cinema, exposições e encontros com intelectuais e outras manifestações culturais do Canadá, o país convidado, que completa este ano 150 anos da sua fundação.
Quatro milhões de livros de diferentes autores cubanos e de outras nacionalidades são impressos para a feira, na qual devem ser apresentadas 700 novas publicações. Trinta desses livros são dedicados ao líder histórico de Cuba, Fidel Castro, promotor da criação deste evento, e foram editados em 2016 por ocasião do 90.º aniversário do seu nascimento. Fidel Castro faleceu a 25 de Novembro de 2016.