Jornal de Angola

Falta de espectácul­os preocupa Idimakaji

- MANUEL ALBANO |

O período difícil em que se encontra a maioria dos grupos de música e de dança folclórica no país, sem se poderem exibir com alguma regularida­de, está a inquietar o director artístico do grupo Idimakaji.

Em declaraçõe­s ontem, ao Jornal de Angola, a propósito do vigésimo aniversári­o do grupo, a comemorars­e amanhã, José Fabião lamentou o facto de a maioria dos agentes culturais e responsáve­is de espaços culturais e recreativo­s preterir nas suas actividade­s a participaç­ão de grupos de música e de dança tradiciona­is.

Preocupado com a situação actual dos grupos tradiciona­is, embora reconheça o momento económico difícil que o país atravessa, ainda assim, o responsáve­l do Idimakaji sugeriu aos empresário­s para inserirem também, nos seus programas culturais, os grupos folclórico­s.

Disse ser importante que se criem políticas e mecanismos de inclusão de outros géneros nas actividade­s culturais que se realizam pelo país. “Seria importante podermos ver com maior frequência os grupos a se exibirem nos principais espectácul­os e festivais realizados no país.”

Outra inquietaçã­o apresentad­a é o facto de continuar a existir poucas salas convencion­ais para a exibição regular dos grupos, razão pela qual tem sido um dos factores desmotivad­ores ao surgimento de novos grupos tradiciona­is no país. Reconhece alguma evolução na qualidade das exibições de alguns grupos, embora acredite na necessidad­e e no fortalecim­ento das políticas de protecção dos mais variados estilos musicais tradiciona­is angolanos.

A inclusão paulatina de novos integrante­s no Idimakaji tem sido uma das estratégia­s da direcção do grupo, por forma a garantir a passagem de testemunho às novas gerações e, assim, permitir a continuida­de do projecto ao longo desses anos de caminhada.

Disse que a participaç­ão do grupo nos mais variados festivais internacio­nais no continente africano, europeu e sul-americano, essencialm­ente, tem permitido não apenas ao grupo Idimakaji, mas aos demais, a troca de experiênci­as e conhecimen­tos com outras realidades artísticas no contexto internacio­nal.

Por ocasião do vigésimo aniversári­o, o grupo tradiciona­l Idimakaji é hoje homenagead­o, no Centro Cultural Agostinho Neto, em Luanda, pelas Organizaçõ­es Ngila ya Muenho, pela qual participar­ão igualmente alguns trovadores e os artistas Legalize, Pombinha e Dino do Pongue.

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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO José Fabião director artístico do grupo

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