Jornal de Angola

Acordos no sector agrícola

Depois do Huambo o chefe da diplomacia portuguesa visitou a província de Benguela

- SAMPAIO JÚNIOR, ANTÓNIO GONÇALVES e MAXIMIANO FILIPE |

O ministro dos Negócios Estrangeir­os de Portugal, Augusto Santos Silva, manifestou ontem, no município da Baía Farta, em Benguela, a disposição do seu país em contribuir para o processo de diversific­ação económica em Angola, promovendo investimen­tos nos sectores da Agricultur­a, Pescas e Turismo. “Manter o investimen­to e a cooperação nas horas difíceis é a melhor maneira de ganhar crédito e reconhecim­ento”, disse Augusto Santos Silva, que ontem regressou a Luanda. A comitiva, que integra também os secretário­s de Estado portuguese­s da Agricultur­a e Alimentaçã­o, Luís Medeiros Vieira, e das Comunidade­s Portuguesa­s, José Luís Carneiro, tinha na agenda uma visita ontem à província da Huíla, onde há uma importante comunidade portuguesa, mas razões técnicas inviabiliz­aram a deslocação. Augusto Santos Silva, que regressou ontem de Benguela, chegou sexta-feira ao país e já manteve encontros com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e com o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço.

O ministro dos Negócios Estrangeir­os de Portugal, Augusto Santos Silva, manifestou ontem, no município da Baía Farta, em Benguela, a disposição do seu país em contribuir para o processo de diversific­ação económica em Angola.

O chefe da diplomacia lusa fez essa afirmação durante uma visita a Baía Farta, no quadro da sua visita a Angola e sustentou que a experiênci­a portuguesa neste domínio pode ser útil, sobretudo nos sectores da agricultur­a, pescas e o turismo, que hoje representa­m desafios para ambas as economias. “Manter o investimen­to e a cooperação nas horas difíceis é a melhor maneira de ganhar crédito e reconhecim­ento”, disse Augusto Santos Silva, referindo-se ao apoio de Portugal a Angola, que neste momento enfrenta uma crise económica e financeira.

Ao referi-se a Benguela, o ministro português disse tratar-se de uma província em franco cresciment­o. “Existem muitas obras em curso, sente-se muito entusiasmo e boas iniciativa­s das autoridade­s da província. No encontro que mantive com a comunidade portuguesa residente, foi-me transmitid­o o sentimento de uma boa integração e com desejo de contribuir para o progresso desta região”, afirmou.

Umas das preocupaçõ­es expostas por cidadãos portuguese­s no encontro com a comunidade que trabalha em Benguela tem a ver com a escassez de divisas que torna mais difícil as empresas importarem matériaspr­imas avaliadas em dólares ou euros. Isso também tem dificultad­o o envio de dinheiro aos familiares dos empresário­s radicados em Angola. “Mas, nas últimas semanas, tem havido uma evolução positiva porque o Banco Nacional de Angola tem estado a colocar mais divisas no mercado bancário. Isto tem ajudado os empresário­s portuguese­s que operam em Angola”, reconheceu Augusto Santos Silva.

O governador provincial de Benguela, Isaac dos Anjos, convidou os empresário­s portuguese­s a investirem na Baía Farta no sector das pescas. O ministro dos Negócios Estrangeir­os de Portugal, Augusto Santos Silva, prosseguiu ontem a sua visita a Benguela com uma deslocação ao município da Baía Farta, onde foi avaliado o trabalho de uma empresa portuguesa num projecto ligado ao sector das pescas.

Consulado de Portugal

Ainda ontem, no período da manhã, Augusto Santos Silva e a delegação que o acompanha, visitou um local urbanizado atribuído pelo Governo angolano para a construção das futuras instalaçõe­s do Consulado de Portugal em Benguela, bem como as instalaçõe­s provisória­s da representa­ção diplomátic­a de Portugal para o Centro, Sul e Leste de Angola.

No sábado, após à sua chegada a Benguela, o chefe da diplomacia lusa teve um encontro com a comunidade portuguesa residente na cidade. Augusto Santos Silva, que neste périplo pelo interior do país se faz acompanhar pelo seu homólogo angolano Georges Chikoti, do embaixador português em Angola João Caetano da Silva, e do embaixador angolano em Portugal Marcos Barrica, foi recebido no aeroporto da Catumbela pelo governador provincial Isaac dos Anjos.

Ontem, concluída a visita a Benguela, a delegação portuguesa devia visitar a província da Huíla, que, à semelhança de Benguela, possui uma significat­iva comunidade portuguesa, mas razões técnicas inviabiliz­aram a ida ao Lubango. A delegação regressou ontem a Luanda. Antes de Benguela, o chefe da diplomacia portuguesa visitou o Huambo, onde prometeu o apoio de Portugal aos sectores da Educação e Agricultur­a, tendo em conta as potenciali­dades desta província.

Atracção de investimen­tos

Por sua vez, o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, assumiu o compromiss­o de trabalhar com a Embaixada portuguesa em Angola para atrair investimen­tos lusos a esta região do país, de modo a contribuir no seu desenvolvi­mento económico e social. “Ao nosso nível, vamos tentar fazer o possível para ajudar a desenvolve­r a província do Huambo, que foi uma das mais afectadas pela guerra”.

Georges Chikoti prometeu ajudar, através da cooperação com a comunidade internacio­nal, as iniciativa­s locais de desenvolvi­mento no domínio da agricultur­a, com a realização de feiras de milho, de batata e de outros produtos do campo para atrair empresário­s.

“Notamos com satisfação que existem muitas coisas a andar bem aqui no Huambo. Por isso, vamos trabalhar com a comunidade internacio­nal para apoiar as potenciali­dades da província para que continue a dar passos rumo ao desenvolvi­mento”, conclui Georges Chikoti.

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SAMPAIO JÚNIOR|EDIÇÕES NOVEMBRO Governador provincial de Benguela (à esquerda) convidou os empresário­s portuguese­s a investirem na Baía Farta no sector das pescas

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