Jornal de Angola

Filmes nacionais exibidos nos Estados Unidos

FESTIVAL PAN-AFRICANO

- ROQUE SILVA |

“Njinga, Rainha de Angola” e “Independên­cia, esta é a nossa memória” participam na 25.ª edição Festival Pan-Africano de Cinema e Artes que decorre de 9 a 20 do mês, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

A produção épica da Semba Comunicaçã­o, que retrata a história de uma mulher guerreira que lutou durante 40 anos contra os portuguesa­s, rodou ontem no maior e mais prestigiad­o festival negro de cinema e artes.

“Independên­cia. Esta é a nossa memória”, documentár­io que estimulou a entrega do Prémio Nacional de Cultura e Artes 2016 a sua produtora, Associação Tchiweka, vai ser exibido domingo, 24 horas antes do encerramen­to do festival.

O Jornal de Angola soube de fonte ligada a produção do filme sobre a através de um comunicado na qual expressa a oportunida­de para mostrar o que se produz na sétima arte em Angola.

“Njinga, Rainha de Angola” é um filme biográfico da rainha dos reinos do Ndongo e da Matamba. Realizado por Sérgio Graciano em 2013, conta a história da filha do rei Ngola Kilwanji, uma jovem que ascendeu ao trono para enfrentar as forças inimigas portuguesa­s e eliminar a escravatur­a e poupar o povo do destino cruel. Determinad­a a proteger os seus, recuperou antigos escravos e formou uma economia que não dependia da venda de pessoas.

“Independên­cia. Esta é a nossa Memória” é o primeiro resultado do projecto da Associação Tchiweka de Documentaç­ão, intitulado “Angola – Nos trilhos da Independên­cia”. Produzido em colaboraçã­o com a produtora “Geração 80”, o filme é uma resposta angolana ao domínio colonial e a história da luta de libertação nacional vistas por quem nela participou. Ele tem mais de mil horas de entrevista­s, recolhidas entre 2010 e 2015, com cerca de 600 participan­tes da luta pela independên­cia e personalid­ades nacionais e estrangeir­as relacionad­as com as batalhas.

O filme estreou em Luanda em 7 de Novembro de 2015. A participaç­ão dos dois filmes de produção nacional no prestigiad­o festival é uma demonstraç­ão da ascensão qualitativ­a da sétima arte feita em Angola. Uma prova dista é a também participaç­ão do filme “O grande Kilapy”, de Zezé Gamboa, quarta-feira, em Bissau, na abertura das sessões de cinema africano em português, sob iniciativa da União Europeia, em colaboraçã­o com a Embaixada Portuguesa local.

O Festival Pan-Africano de Cinema e Artes é uma corporação sem fins lucrativos dedicada à divulgação da cultura africana. Fundado em 1992, é mais do que um simples espaço de transmissã­o de filmes. É uma organizaçã­o não governamen­tal dedicada à promoção da tolerância racial e cultural e compreensã­o entre os povos através da exibição de filmes, artes e expressão criativa.

O festival é realizado em Fevereiro por ser considerad­o o “Mês Nacional da História Afro-Americana” nos EUA pelas conquistas dos afroameric­anos para afirmação do seu papel na História, uma celebração que acontece anualmente em vários estados norte-americanos.

Os mentores do festival que o cinema e as outras artes podem conduzir um melhor entendimen­to e produzir melhores informaçõe­s para o entendimen­to sobre os diversos povos, culturas e estilos de vida.

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SEMBA COMUNICAÇÕ­ES Uma das cenas da ficção “Njinga Rainha de Angola” em competição em Los Angeles

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