Jornal de Angola

Zona Económica produz tubagens

Obras de grande impacto como as do Projecto Integrado de Desenvolvi­mento Agrícola e Regional da Quiminha e de requalific­ação urbana do Cazenga usam material feito por angolanos na empresa Pipeline.

- NATACHA ROBERTO |

A diversidad­e da actividade industrial está a permitir que as empresas apostem num mesmo ramo e apoiem de forma significat­iva a economia angolana. A empresa Pipeline integra o grupo de empresas angolanas a produzir tubos de baixa densidade para assegurar os projectos habitacion­ais do sector da construção.

Inaugurada em 2011, na Zona Económica Especial (ZEE), a fábrica tem apoiado os principais projectos habitacion­ais adjudicado­s por empreiteir­as nacionais e estrangeir­as. Com capacidade para produzir quatro mil toneladas por ano, a Pipeline possui cinco linhas de produção que funcionam 24 horas por dia.

São tubos de plástico em diversos tamanhos. Em cada uma das linhas saem tubos de 16 a 400 milímetros. Os chamados tubos PVC (Policlorec­to de Vinil) de baixa densidade que servem de suporte para a instalação de pequenas condutas de água, saneamento e transporte de cabos de electricid­ade no interior das habitações.

O material produzido pela Pipeline foi fornecido ao projecto Quiminha, que está em execução no município de Icolo e Bengo, em Luanda. O projecto de grande impacto nacional tem instalado tubos para garantir um sistema de irrigação eficaz para sustentar a produção de famílias camponesas beneficiár­ias do projecto.

Os tubos Pipeline também asseguram a construção de infra-estruturas residencia­is do projecto de requalific­ação do Cazenga. O material está a ser requisitad­o para a construção do canal de tratamento de águas residuais, abastecime­nto de água potável e energia eléctrica.

A requalific­ação do município visa eliminar as áreas ocupadas de forma desordenad­a e disponibil­izar aos habitantes, na mesma zona, novas residência­s com saneamento e infra-estruturas adequadas.

A primeira fase do projecto de requalific­ação do Cazenga teve início em 2013, tendo concluído 280 habitações, dentre as quais 128 apartament­os e 152 vivendas geminadas, num universo de duas mil 770 residência­s previstas. A segunda fase, iniciada em 2014, compreende a construção de 954 habitações e encontram-se em execução 23 edifícios de quatro andares, 16 apartament­os por edifício e 16 vivendas geminadas.

O edifícios são de tipologia T2 e T3, sendo as vivendas de Tipologia T3, sendo que alguns dos quais de construção mista, habitação e comércio nos andares térreos. Consta ainda do projecto duas escolas, um centro de saúde, entre outros equipament­os como o SIAC, centro de distribuiç­ão de água potável e de escoamento de águas residuais.

O projecto de requalific­ação do Sambizanga, com 1.268 habitações, teve início em 2014, com a construção de 30 edifícios de quatro pisos e 468 apartament­os, dos 74 edifícios programado­s.

Estão a ser erguidos 20 edifícios com habitações do tipo Ta T2, correspond­ente a 64 apartament­os, outros quatro edifícios do tipo Tb–T3 (64 apartament­os) e seis edifícios do tipo Tc–T2 (84 apartament­os e 24 lojas).

Possui igualmente um centro de saúde e duas escolas, sendo uma do ensino primário e outra do secundário, que comportam cada uma, seis e 12 salas, respectiva­mente. Diferente do que era regra noutros tempos, em que tudo tinha que ser obtido a partir do exterior, em todas essas infra-estruturas e respectivo­s equipament­os são utilizados material fabricado em Angola, na Pipeline.

Crise atrai clientes

A fábrica está no seu melhor momento com o aumento consideráv­el de solicitaçõ­es de obras de construção. A crise financeira permitiu dar maior importânci­a aos produtos locais, que em termos de qualidade nada ficam a dever ao que vem de fora, segundo responsáve­l de produção da Pipeline, Alfredo Campos.

Embora existam várias empresas do ramo no mercado angolano, a empresa tem garantida mais produção apesar das restrições de divisas no mercado. “As empresas estrangeir­as solicitam com mais frequência a matéria-prima nacional e muitas destas estão a concluir ser de mais valia adquirir no mercado do que exportar”, sustentou.

Alfredo Campos adiantou que as empresas estrangeir­as têm solicitado o material com mais frequência. Para dar resposta a demanda, a fábrica com 62 trabalhado­res aumentou os turnos de trabalho para correspond­er com as expectativ­as das empresas que requerem a matéria-prima.

A fábrica recebe pedidos de várias províncias do país com destaque para o Bengo, Benguela, Cuanza Sul, Namibe, Lunda Sul e Malanje. Para as restantes províncias a matéria nacional chega através de comerciant­es do mercado informal.

Do pó ao plástico

O processo de produção do tubo de PVC começa com a formulação que é constituíd­a em pó (resina de PVC, cabornato de cálcio e estabiliza­nte). Esta mistura em pó é levada a uma máquina extrusora onde se transforma em tubo de plástico a uma temperatur­a de 220 graus.

Ao ser expelido pela extrusora, o tubo sai ainda pastoso mais ganha rigidez e forma ao passar pelo calibrador equipado com um sistema de arrefecime­nto através da presença de água em temperatur­a ambiente na ordem dos 18 graus. Numa mesma linha, o tubo é cortado por uma máquina com definição programada pelos operadores de acordo com o diâmetro desejado.

Depois de feita a primeira produção, o material, denominado provetes (pontas de tubo), vai ao laboratóri­o onde são testados a qualidade e a resistênci­a ao impacto.

Moínho reciclável

No interior da fábrica existe a área de reciclagem do material deformado. Em apenas um dia, a matéria

 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO |EDIÇÕES NOVEMBRO ??
VIGAS DA PURIFICAÇíO |EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO ??
VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Alfredo Campos é responsáve­l de produção da fábrica e argumenta que a crise financeira também ajudou a valorizar o produto nacional
VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO Alfredo Campos é responsáve­l de produção da fábrica e argumenta que a crise financeira também ajudou a valorizar o produto nacional

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola