Zona Económica produz tubagens
Obras de grande impacto como as do Projecto Integrado de Desenvolvimento Agrícola e Regional da Quiminha e de requalificação urbana do Cazenga usam material feito por angolanos na empresa Pipeline.
A diversidade da actividade industrial está a permitir que as empresas apostem num mesmo ramo e apoiem de forma significativa a economia angolana. A empresa Pipeline integra o grupo de empresas angolanas a produzir tubos de baixa densidade para assegurar os projectos habitacionais do sector da construção.
Inaugurada em 2011, na Zona Económica Especial (ZEE), a fábrica tem apoiado os principais projectos habitacionais adjudicados por empreiteiras nacionais e estrangeiras. Com capacidade para produzir quatro mil toneladas por ano, a Pipeline possui cinco linhas de produção que funcionam 24 horas por dia.
São tubos de plástico em diversos tamanhos. Em cada uma das linhas saem tubos de 16 a 400 milímetros. Os chamados tubos PVC (Policlorecto de Vinil) de baixa densidade que servem de suporte para a instalação de pequenas condutas de água, saneamento e transporte de cabos de electricidade no interior das habitações.
O material produzido pela Pipeline foi fornecido ao projecto Quiminha, que está em execução no município de Icolo e Bengo, em Luanda. O projecto de grande impacto nacional tem instalado tubos para garantir um sistema de irrigação eficaz para sustentar a produção de famílias camponesas beneficiárias do projecto.
Os tubos Pipeline também asseguram a construção de infra-estruturas residenciais do projecto de requalificação do Cazenga. O material está a ser requisitado para a construção do canal de tratamento de águas residuais, abastecimento de água potável e energia eléctrica.
A requalificação do município visa eliminar as áreas ocupadas de forma desordenada e disponibilizar aos habitantes, na mesma zona, novas residências com saneamento e infra-estruturas adequadas.
A primeira fase do projecto de requalificação do Cazenga teve início em 2013, tendo concluído 280 habitações, dentre as quais 128 apartamentos e 152 vivendas geminadas, num universo de duas mil 770 residências previstas. A segunda fase, iniciada em 2014, compreende a construção de 954 habitações e encontram-se em execução 23 edifícios de quatro andares, 16 apartamentos por edifício e 16 vivendas geminadas.
O edifícios são de tipologia T2 e T3, sendo as vivendas de Tipologia T3, sendo que alguns dos quais de construção mista, habitação e comércio nos andares térreos. Consta ainda do projecto duas escolas, um centro de saúde, entre outros equipamentos como o SIAC, centro de distribuição de água potável e de escoamento de águas residuais.
O projecto de requalificação do Sambizanga, com 1.268 habitações, teve início em 2014, com a construção de 30 edifícios de quatro pisos e 468 apartamentos, dos 74 edifícios programados.
Estão a ser erguidos 20 edifícios com habitações do tipo Ta T2, correspondente a 64 apartamentos, outros quatro edifícios do tipo Tb–T3 (64 apartamentos) e seis edifícios do tipo Tc–T2 (84 apartamentos e 24 lojas).
Possui igualmente um centro de saúde e duas escolas, sendo uma do ensino primário e outra do secundário, que comportam cada uma, seis e 12 salas, respectivamente. Diferente do que era regra noutros tempos, em que tudo tinha que ser obtido a partir do exterior, em todas essas infra-estruturas e respectivos equipamentos são utilizados material fabricado em Angola, na Pipeline.
Crise atrai clientes
A fábrica está no seu melhor momento com o aumento considerável de solicitações de obras de construção. A crise financeira permitiu dar maior importância aos produtos locais, que em termos de qualidade nada ficam a dever ao que vem de fora, segundo responsável de produção da Pipeline, Alfredo Campos.
Embora existam várias empresas do ramo no mercado angolano, a empresa tem garantida mais produção apesar das restrições de divisas no mercado. “As empresas estrangeiras solicitam com mais frequência a matéria-prima nacional e muitas destas estão a concluir ser de mais valia adquirir no mercado do que exportar”, sustentou.
Alfredo Campos adiantou que as empresas estrangeiras têm solicitado o material com mais frequência. Para dar resposta a demanda, a fábrica com 62 trabalhadores aumentou os turnos de trabalho para corresponder com as expectativas das empresas que requerem a matéria-prima.
A fábrica recebe pedidos de várias províncias do país com destaque para o Bengo, Benguela, Cuanza Sul, Namibe, Lunda Sul e Malanje. Para as restantes províncias a matéria nacional chega através de comerciantes do mercado informal.
Do pó ao plástico
O processo de produção do tubo de PVC começa com a formulação que é constituída em pó (resina de PVC, cabornato de cálcio e estabilizante). Esta mistura em pó é levada a uma máquina extrusora onde se transforma em tubo de plástico a uma temperatura de 220 graus.
Ao ser expelido pela extrusora, o tubo sai ainda pastoso mais ganha rigidez e forma ao passar pelo calibrador equipado com um sistema de arrefecimento através da presença de água em temperatura ambiente na ordem dos 18 graus. Numa mesma linha, o tubo é cortado por uma máquina com definição programada pelos operadores de acordo com o diâmetro desejado.
Depois de feita a primeira produção, o material, denominado provetes (pontas de tubo), vai ao laboratório onde são testados a qualidade e a resistência ao impacto.
Moínho reciclável
No interior da fábrica existe a área de reciclagem do material deformado. Em apenas um dia, a matéria