Vice-almirante rejeita convite para assessor de Donald Trump
Chefe de Estado desmente tortura a presos e elogia coordenação com a Rússia
O Presidente da Síria, Bashar al Assad, voltou a denunciar o apoio dado por vários países ocidentais aos grupos terroristas que actuam no seu país, numa entrevista a meios de comunicação franceses, publicada na quinta-feira.
Durante o diálogo, o líder sírio assinalou que, depois da libertação de Alepo do controlo do Estado Islâmico, não se pode falar do fim da guerra “por uma razão pura e simples: os terroristas têm o apoio de numerosos países ocidentais, incluindo a França, Reino Unido, bem como Turquia, Arábia Saudita e Qatar na nossa região.”
Na entrevista à Europa 1 e TF1, Assad destacou, por outro lado, a importância do apoio da Rússia no combate contra os grupos extremistas e o respeito de Moscovo à soberania síria.
“Jamais fizeram nada sem nos consultar”, afirmou, acrescentando, “os russos respeitam a nossa soberania, em cada etapa que superaram, seja de ordem estratégica ou táctica, tem sido em cooperação com a Síria.”
O Presidente da nação árabe considerou vergonhoso um recente relatório da organização Amnistia Internacional, segundo o qual levouse a cabo milhares de execuções numa prisão da Síria.
Nesse sentido, enfatizou que tais acusações se baseiam em alegações e não em factos nem provas e defendeu a legalidade do funcionamento das prisões do seu país.
Assad rechaçou também as acusações de tortura e negou que esse procedimento seja utilizado.
“Por que torturar? Quero dizer, cometer actos de tortura, para quê? Com que objectivo? O que ganhamos com isso”?, questionou.
O Presidente sírio assegurou: “não recorremos à tortura. Isso não faz parte da nossa política, por uma simples razão: se cometêssemos tais atrocidades, seria jogar o jogo dos terroristas, eles seriam os vencedores. E do que se trata é de ganhar o coração do povo sírio”.
“Se tivéssemos cometido essas atrocidades, em qualquer etapa do conflito, não teríamos o apoio popular que temos depois de seis anos de guerra”, afirmou.
Recuperação de Palmira
O Presidente sírio, Bashar al Assad, afirmou que o objectivo do seu Governo é continuar a lutar para libertar cada canto da Síria do terrorismo. “A verdade é que estamos a combater pela população síria. É a razão pela qual o povo tem apoiado o nosso Governo, o nosso exército e o seu Presidente”, disse o Chefe de Estado. O Exército e as milícias leais ao Governo da Síria estavam ontem a 24 quilómetros da cidade de Palmira, após recuperar parte do terreno perdido para o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que retomou esta cidade no mês de Dezembro do ano passado.
De acordo com testemunhas locais, os combates foram retomados depois da meia-noite de quinta-feira na região de Al Bayarat, no leste da província central de Homs, onde se situa Palmira.
A agência oficial de notícias síria, a Sana, informou sobre o controlo pelas forças de Damasco das fazendas de Al Kalabiya e afirmou que tinham infligido grandes perdas aos “terroristas do Daesh” (acrónimo em árabe do EI). O EI retomou Palmira, cujas ruínas greco-romanas são Património Mundial da Unesco, no dia 11 de Dezembro, dias após lançar uma ofensiva contra posições do Exército no leste de Homs, na fronteira com o Iraque.
A primeira vez que os jihadistas conquistaram a cidade foi em 20 de Maio de 2015, mas foram expulsos dez meses depois pelos soldados sírios, apoiados pela aviação russa.
Palmira foi nos séculos I e II d.C. um dos centros culturais mais importantes da época e ponto de encontro das caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o deserto do centro da Síria.