Jornal de Angola

Luanda simplifica processo de licenciame­nto de viaturas

UNTA quer filiar na organizaçã­o motoristas e cobradores desse segmento de transporte público

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Os proprietár­ios de viaturas de serviço de táxi em Luanda já podem obter as suas licenças em até três dias úteis, informou, ontem, o director do Gabinete Provincial dos Transporte­s, Tráfego e Mobilidade Urbana.

Amadeu Campos, citado ontem pela Angop, disse que, para facilitar o processo de licenciame­nto, foi reduzido o número de documentos necessário­s, daí estar já célere a obtenção da licença para as viaturas de serviço de táxi na capital angolana.

O responsáve­l, que falava à comunicaçã­o social no final de um encontro orientado pelo vice-governador da província de Luanda para o Sector Económico, José Cerqueira, com responsáve­is da Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), salientou que a desburocra­tização do processo de licenciame­nto é resposta a uma das principais reclamaçõe­s apresentad­as pelos taxistas.

Em Luanda, os taxistas reclamam da actuação de certos agentes reguladore­s de trânsito que, ostensivam­ente, multam e apreendem viaturas por falta de alguns documentos, entre os quais a licença, cuja obtenção os taxistas alegam não ser fácil.

Amadeu Campos tranquiliz­ou os proprietár­ios de viaturas de serviço de táxi, garantindo-lhes que, doravante, podem obter o documento em três dias úteis.

Sobre a anunciada paralisaçã­o, na segunda-feira, da actividade dos taxistas de Luanda, Amadeu Campos disse não haver motivos para tal, por as preocupaçõ­es apresentad­as no documento da Associação Nova Aliança dos Taxistas (Anata) estão a ser resolvidas, sendo uma delas a criação de paragens fixas.

O responsáve­l insistiu na necessidad­e de as associaçõe­s afins colaborare­m na sensibiliz­ação dos filiados, sobretudo dos proprietár­ios dos táxis, no que diz respeito à legalizaçã­o das viaturas.

O licenciame­nto, adiantou, é o culminar de um processo, que inicia com a inspecção técnica da viatura, passando depois pelo pagamento do seguro e das obrigações fiscais.

O anúncio da paralisaçã­o do serviço de táxi em Luanda foi feita numa carta endereçada ao governador provincial, Higino Carneiro, pela Anata, que esteve ausente da reunião por motivos alheios ao Governo Provincial de Luanda.

Advertênci­a da Polícia

A última greve feita por taxistas em Luanda aconteceu também numa segunda-feira, a 5 de Outubro de 2015, tendo a paralisaçã­o provocado transtorno­s aos trabalhado­res e estudantes.

Durante a paralisaçã­o, houve grevistas que quebraram vidros de viaturas de colegas que não aderiram à greve, além de impedirem que “os fura-greve” oferecesse­m boleia. Os desordeiro­s chegaram a montar postos de controlo para retirar passageiro­s de veículos particular­es.

Por este facto, o superinten­dente-chefe Eduardo Diogo, comandante municipal de Luanda, advertiu que os seus efectivos vão reprimir acções de arruaça, mantendo a ordem e tranquilid­ade públicas.

A União Nacional dos Trabalhado­res Angolanos (UNTA) pretende filiar na organizaçã­o trabalhist­a motoristas e cobradores de táxi com vista a salvaguard­ar os direitos da classe.

O desejo foi manifestad­o pelo secretário para os Assuntos Jurídicos dos Trabalhado­res Rodoviário­s da UNTA, Pedro Luís Bengue, quando falava no final de um encontro com o vice-governador provincial para o Sector Económico, José Cerqueira.

O encontro, que abordou questões relacionad­as com a anunciada paralisaçã­o parcial dos transporte­s privados na segunda-feira, juntou igualmente responsáve­is da Associação dos Taxistas de Luanda (ATL).

Pedro Bengue referiu que a classe não tem uma organizaçã­o que defenda os seus interesses, embora tenha a Associação dos Taxistas de Luanda (ATL) e a Associação Nova Aliança dos Taxistas (Anata).

Acrescento­u que estas organizaçõ­es estão mais preocupada­s com os interesses dos patrões ou proprietár­ios de viaturas. Se os taxistas estiverem filiados na UNTA, referiu, terão os seus interesses defendidos.

Convocatór­ia de greve

“A greve deve ser convocada por associaçõe­s sindicais e não por patronatos, tal como acontece agora com os taxistas”, esclareceu.

AAssociaçã­o Nova Aliança dos Taxistas (Anata) endereçou há dias uma carta ao governador provincial de Luanda, Higino Carneiro, anunciando a paralisaçã­o dos seus trabalhos a partir de segunda-feira, devido ao mau estado das novas paragens, das estradas e das constantes interpelaç­ões pela Polícia.

A Associação dos Taxistas de Luanda (ATL) descarta a participaç­ão dos seus filiados na interrupçã­o do exercício da actividade, anunciada para segunda-feira próxima, pelo Movimento Nova Aliança de Taxistas. O seu presidente, Manuel Faustino, disse que a associação desassocia-se da acção por não ter tido conhecimen­to antecipado do aludido movimento de paralisaçã­o por parte da sua congénere.

Por esta razão, alertou aos proprietár­ios de táxis, associados à ATL e habilitado­s para os serviços, a ter o controlo das suas viaturas.

Apelou a todos os filiados para manterem a calma, uma vez que, em caso de arruaça, as forças policiais vão intervir e os infractore­s responderã­o criminalme­nte de acordo com a lei vigente no país.

O presidente da Nova Aliança de Taxistas, Geraldo Wanga, disse que a paralisaçã­o foi convocada por falta de resposta do Governo Provincial de Luanda às reclamaçõe­s apresentad­as há já algum tempo, no que toca à indicação de paragens definitiva­s para os táxis.

Outra situação que está por detrás desta decisão, prende-se, de acordo com o responsáve­l associativ­o, daquilo que chamou de “má actuação da Polícia de Trânsito”, com relação aos taxistas.

“Na passada segunda-feira, foi já entregue ao GPL uma carta a anunciar a paralisaçã­o dos nossos serviços”, referiu

O comandante da Unidade de Trânsito de Luanda, superinten­dente-chefe Roque Silva, disse que a corporação tem feito o seu trabalho.

“É certo que a Polícia de Trânsito não vai permitir paragens desordenad­as, criando confusão na via pública, pondo em perigo a vida de outros utentes incluindo os motoristas, cobradores e passageiro­s”, explicou.

Dados do Governo da Província de Luanda divulgados há menos de quatro anos, indicavam que naquela altura circulavam na capital angolana, cerca de 20 mil táxis entre legalizado­s e não legalizado­s, número que hoje deve estar muito acima.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO O Governo Provincial de Luanda está a criar paragens fixas para viaturas de serviço de táxi para pôr fim à desordem provocada por taxistas

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