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Comitiva do BNA realiza encontros com as instituições influentes da alta finança da França
As empresas francesas mostraram “inteira” disponibilidade de acompanhar a evolução económica do mercado angolano, afirmou, quinta-feira, em Paris (França), o representante do Movimento de Empresas Francesas (Midef).
“Estamos presentes. Somos o terceiro investidor internacional em Angola e temos mais de 70 unidades empresariais a operarem no país”, referiu Gérard Wolf, quando falava no final de uma reunião com o governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe.
“Os dados que temos sobre a economia de Angola fazem com que nos apoiemos mutuamente. Fazemos tudo para que Angola possa ser uma potência económica diversificada, moderna e inovadora”, prosseguiu o representante do Midef.
Gérard Wolf disse que as metas apresentadas pelo governador do BNA, que incluem a adequação do sistema financeiro angolano às boas práticas internacionais, fundamentalmente às definidas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela autoridade de supervisão bancária europeia, são promissoras.
A aposta do Movimento de Empresas Francesas (Midef), para o mercado angolano, é que as empresas francesas tenham êxito no país.
“Vamos acompanhar esse processo no que diz respeito às empresas francesas com atenção e por via da Embaixada de França em Angola”, afirmou.
O Midef é o maior sindicato empresarial em França e reúne mais de 750 mil empresas, nacionais e estrangeiras a operarem no território francês. Foi criado em 1988, para fomentar o emprego, pretendendo alcançar a meta de um milhão de postos de trabalho para os franceses. A instituição funciona como um gancho da política social francesa, exercendo as suas acções internamente, na União Europeia e a nível internacional.
O BNA retomou quarta-feira, em Paris, negociações para a sua admissão como equivalente de supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE), visando restabelecer a entrada de moeda externa.
Fonte do BNA, citada pela imprensa local, explica que uma missão chefiada pelo governador Valter Filipe, vai, durante seis dias, negociar assistência técnica e apoios na área de regulação e supervisão bancárias, bem como no acesso à moeda externa.
O BNA considera que uma adesão à chamada supervisão equivalente vai permitir aos bancos comerciais do país deixar de depender exclusivamente do banco central para ter acesso a divisas, como acontece actualmente no contexto da crise cambial em curso.
Para o efeito, a delegação tem na agenda encontros de trabalho com instituições do sistema financeiro francês e internacional para apresentar os avanços feitos em Angola, para equiparar o seu sistema de supervisão ao dos bancos centrais dos países desenvolvidos.
Clube de Paris
A comitiva do BNA reuniu ontem com o Clube de Paris, instituição francesa que tem a missão de apoiar financeiramente os países com dificuldades económicas.
O encontro, inscrito no quadro da visita da delegação angolana chefiada pelo governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, desde quarta-feira à capital francesa, visou o restabelecimento da confiança dos parceiros gauleses no sistema bancário nacional. O objectivo é que Angola faça parte da lista de equivalência da supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE).
Ao fazer parte da lista de equivalência, a banca angolana vai deixar de depender exclusivamente do Banco Nacional de Angola para ter acesso a cambiais, como acontece actualmente. A relação entre Angola e o Club de Paris não tem sido auspiciosa, pois, o país apenas beneficiou de um reescalonamento da dívida externa em 1987, antes de ser membro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) em 1989.
Ao Estado angolano, tem sido exigida a implementação de um programa de estabilização e ajustamento económico e financeiro.
Sem o aval prévio sobre o estado real das finanças de Angola e da não implementação das medidas propostas, o Clube de Paris não pode proceder ao alívio da dívida externa do país. Esta deslocação segue-se a outras similares realizadas em 2016, que já conduziram o governador do BNA e a sua equipa à África do Sul, ao Brasil, à Itália, à Grã-Bretanha e a Portugal, prevendo-se futuramente uma outra viagem à Alemanha.
Com estas diligências, o país pretende fundamentalmente evitar a sua exclusão do sistema financeiro internacional e normalizar a venda de divisas interrompida, em 2015, pelos bancos correspondentes dos Estados Unidos e da Europa.
A lista de bancos correspondentes que cessaram relações com o sistema bancário angolano inclui o CitiBank, o HBSC, o Bank of America/FirstRand, o Standard Chartered e o Deutsche Bank.
Devido ao fim dos acordos com estes bancos estrangeiros e outros para correspondentes bancários, por violação de normas internacionais, bem como pela escassez de divisas resultante da queda do preço do petróleo, a banca angolana apenas consegue comprar divisas ao BNA com recurso às reservas internacionais.
A ideia agora é tentar restabelecer as relações com tais bancos correspondentes para a criação de condições e facilidades de entrada de liquidez, através de operações de financiamento aos bancos comerciais e às empresas angolanas.
Pretende-se igualmente “restabelecer a confiança, a credibilidade e o aprimoramento” na prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, em conformidade com as normas do Gafi (Grupo de Ação Financeira).
“Nós temos hoje o desafio ao nível europeu, que é fazermos parte da lista da equivalência da supervisão bancária com o BCE”, declarara o governador Valter Filipe na altura da conversações em Portugal sobre a questão, no passado.