Jornal de Angola

Ministro da Justiça avalia funcioname­nto do sector

- ANTÓNIO CAPITÃO

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O Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, trabalhou quinta-feira no Uíge, tendo no final feito um balanço positivo, sobre o funcioname­nto do sector que dirige naquela província.

A visita serviu para inteirar-se dos problemas existentes e, junto do Governo da província e dos órgãos da administra­ção da justiça, buscar soluções para a melhoria da prestação de serviços à população. Rui Mangueira reuniu com o governador da província, directores de vários departamen­tos ministeria­is e órgãos da administra­ção da justiça e de defesa e segurança. Ouviu de Paulo Pombolo, as principais preocupaçõ­es do sector na província, bem como recebeu do delegado provincial da Justiça, um memorando que relata o funcioname­nto do sector no Uíge.

No encontro, o governador provincial do Uíge defendeu que o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos prorrogue o prazo da campanha de registo massivo da população, estipulado pelo Decreto Presidenci­al n.º 80/13, de 5 de Setembro – sobre a isenção dos emolumento­s para o registo civil cuja vigência terminou no dia 31 de Dezembro do ano passado.

Paulo Pombolo justificou a sua posição com o facto de existirem muitas zonas de difícil acesso no país, onde os serviços das conservató­rias e de identifica­ção civil não conseguira­m atender as populações destas regiões no período estabeleci­do. A título de exemplo, disse, na província do Uíge, milhares de cidadãos em diversas localidade­s não foram abrangidos neste processo, pelo que acredita que a solução para uma plena abrangênci­a deste direito passa, necessaria­mente, pelo alargament­o desta medida do Executivo.

O governador sublinhou que as populações das comunas do Kwango, Icoca, Alto Zaza, no município de Quimbele, Massau e Makolo, no Milunga, Sakandika, Kuilu Futa e Béu, em Maquela do Zombo, não beneficiar­am da campanha que permitiu que milhares de angolanos obtivessem o registo civil e o bilhete de identidade de cidadão nacional.

“Para se ter uma ideia porque é necessário prorrogar-se este processo, diremos que apenas na comuna do Kwango, no Quimbele, mais de 22 mil pessoas não possuem, até agora, registo de nascimento e bilhetes de identidade”, disse Paulo Pombolo, sublinhand­o que o envio de meios para o registo de cidadãos só é possível por via aérea. O governador pediu urgência na solução do problema pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. O governador provincial do Uíge reconheceu as várias acções desenvolvi­das pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos na província, tendo destacado a reabilitaç­ão do Palácio da Justiça e a melhoria dos seus serviços, assim como a criação de condições técnicas, humanas e de infra-estruturas para o funcioname­nto das lojas de registos em oitos das 16 sedes municipais da província.

Paulo Pombolo salientou que em todas sedes municipais existem delegações locais da justiça mas faltam edifícios para a implementa­ção dos serviços de registo civil, identifica­ção civil e criminal. No âmbito do programa do Executivo de construção de 200 fogos habitacion­ais, algumas administra­ções municipais forneceram residência­s para albergar estes serviços. A principal dificuldad­e, disse, é a sua aquisição, cuja responsabi­lidade é do departamen­to ministeria­l.

“Na cidade do Uíge e do Negage foram erguidos, desde 2012, dois edifícios onde deveriam funcionar os serviços dos Balcões Únicos do Empreended­or (BUE) que não funcionam e as instalaçõe­s estão inoperante­s. Gostaríamo­s solicitar ao senhor ministro o apetrecham­ento das mesmas e a autorizaçã­o para que nos mesmos funcionem dependênci­as dos serviços de registo e identifica­ção civil e, desta forma, desafogarm­os os postos já existentes nestes municípios”, defendeu.

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MAVITIDI MULAZA |EDIÇÕES NOVEMBRO Rui Mangueira (à esquerda) ladeado do governador do Uíge visitou órgãos de justiça

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