Papa Francisco recomenda diálogo para evitar a guerra

O Papa Francisco dissertou ontem sobre como a falta de diálogo é a causa da violência mundial, no discurso que fez durante uma visita à Universidade Roma Tre.

“A falta de diálogo é o cerne da guerra”, disse perante os estudantes e professores reunidos no amplo pátio de acesso a esta universidade romana.

Francisco respondeu às perguntas feitas por quatro estudantes sobre algumas questões actuais, como violência e imigração.

O Papa, argentino, descreveu uma sociedade onde “os tons são levantados”, “onde se grita na rua ou em casa” e existe uma “violência verbal na hora de se expressar.”

“E esta violência cresce e se transforma em violência mundial”, lamentou Francisco, que reiterou que “estamos em guerra. Esta é uma terceira guerra mundial por partes”, exclamou. “Vemos nos jornais como as pessoas se insultam mutuamente”, disse Francisco, que usou como exemplo os debates políticos nas campanhas eleitorais, onde quem fala não pode nem terminar a frase. Francisco lamentou que vivemos um momento no qual “nunca a política esteve tão baixa” e que assim “se perde o sentido da construção social, da convivência social, porque a convivência social se constrói com o diálogo.”

“O diálogo aproxima. Não só aproxima das pessoas, mas os corações. Dialogando cria-se a amizade, a amizade social e, para dialogar, é preciso escutar”, afirmou.

Francisco disse que é necessário “baixar o tom, falar menos e escutar mais” e que há muitos “remédios contra a violência, mas o primeiro é que antes de discutir é preciso dialogar.” Francisco propôs a universidade “como o lugar onde se pode dialogar, onde há lugar para todos, para quem pense diferente.”