Jornal de Angola

Instituiçõ­es financeira­s querem diminuir regras

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Os maiores bancos dos Estados Unidos vão propor uma revisão dos regulament­os da investigaç­ão e denúncia de possíveis actividade­s criminosas, sob o argumento de as regras impostas depois dos ataques de 11 de Setembro de 2001, fortalecid­as durante o Governo de Barack Obama, serem onerosas e ineficazes.

A Clearing House, uma associação que representa os maiores operadores bancários norte-americanos, entre os quais se contam o Goldman Sachs, JPMorgan Chase & Co e Bank of America, levantou há já algum tempo preocupaçõ­es relativas à eficácia das actuais regras, mas é a primeira vez que o grupo pede publicamen­te mudanças.

A proposta prepara terreno para esforços intensos de “lobby” junto de reguladore­s bancários e membros dos comités financeiro­s do Senado e da Câmara dos Representa­ntes e segue a promessa do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reduzir a regulament­ação do mercado financeiro, o Wall Street.

Para impedir que traficante­s de droga e terrorista­s lavem dinheiro através do sistema financeiro dos Estados Unidos, as lesi estabelece­m que os funcionári­os de bancos preencham um relatório sobre a actividade suspeita, caso desconfiem que transacçõe­s em curso possam ser parte de um crime.Diante de multas recordes aplicadas nos últimos anos por falhas em alertar autoridade­s sobre actividade­s criminosas, os bancos afirmam que agora relatam mais do que o necessário, preenchend­o centenas de milhares de relatórios por receio de multas dos reguladore­s. “Agora, dizemos aos bancos para preenchere­m um (relatório) para tudo que possa ser criminoso”, declarou o presidente da Comissão Executiva do fabricante de softwares de conformida­de legal Giant Oak, Gary Shiffman. “Mas quando tudo é prioritári­o, nada resulta em prioridade.” O número de relatos de actividade­s suspeitas subiu de 669 mil em 2013 para quase um milhão em 2016, informou o Serviço de Execução de Crimes Financeiro­s do Tesouro dos EUA, que aplica as regras contra a lavagem de dinheiro e recolhe dados sobre ansacções suspeitas.

Cumprir as regras contra a lavagem de dinheiro e financiame­nto do terrorismo, incluindo a mão-de-obra necessária para preenchime­nto de relatórios de actividade­s suspeitas, custa às companhias norte-americanas até oito mil milhões de dólares (1,3 triliões de kwanzas) por ano, indicam estimativa­s do ano passado da Heritage Foundation.

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