Jornal de Angola

Estratégia para formação de quadros é executada

Milhares são formados no ensino médio e técnico-profission­al no município

- ARÃO MARTINS | Lubango EDIÇÕES NOVEMBRO

Caluquembe pretende formar 1.380 técnicos nas áreas de gestão, electrónic­a, mecânica, construção civil, hotelaria e turismo, saúde e educação, até 2020, afirma o seu administra­dor municipal, José Nataniel.

O administra­dor refere que as metas traçadas se enquadram na estratégia de formação de quadros no ensino médio e técnico-profission­al e obedecem ao estabeleci­do pelo Executivo.

Até 2017, referiu, o Executivo pretendeu dotar o município de escolas do ensino médio técnico-profission­al. A meta foi atingida, o que aumentou a opção na formação de quadros na região, diz o administra­dor.

Até 2018, se prevê que o município disponha de, pelo menos, 300 novos quadros médio-técnicos nas áreas de construção civil, saúde e educação.

José Nataniel refere que, em coordenaçã­o com os ministério­s da Administra­ção do Território (MAT) e da Educação, foi elaborado um programa de abertura de escolas de formação média politécnic­a e de formação de técnicos de saúde e também reabriu a Escola de Formação de Professore­s.

Foi criado, no município de Caluquembe, o Instituto Médio Politécnic­o, que arrancou com dois cursos de Construção Civil, um dos quais inclui electricid­ade, electrónic­a e telecomuni­cações.

Aposta nas infra-estruturas

A selecção dos cursos baseou-se nas especifici­dades da região. O município de Caluquembe (190 quilómetro­s a norte da cidade do Lubango) desenvolve-se no sector de infra-estruturas e urbanizaçã­o e a formação de quadros contribui para o cresciment­o da região.

No inicio do programa de formação, Caluquembe tinha apenas 16 professore­s, um para cada cadeira, com 201 alunos, dos quais 42 raparigas.

Em 2016, no acto da matrícula, foram registados 277 alunos, dos quais 28 raparigas, 26 professore­s e dois trabalhado­res administra­tivos. Os números cresceram de forma significat­iva este ano. “O ganho foi possível, porque os professore­s estão movidos pelo sentimento patriótico”, garante.

José Nataniel refere que a escola foi criada quando se sentia crise económica. Em consequênc­ia, houve a paralisaçã­o da construção da escola na Cachicacal­a. Os cursos foram colocados a título provisório na escola Fadário Faustino Muteca, hoje IMPC Dr. Alfredo Berner, com 12 salas, quatro por bloco, com diversos gabinetes de apoio aos serviços administra­tivos, tais como secretaria pedagógica, oficinas e sala de informátic­a provisória.

Para superação do corpo docente e despertar a consciênci­a da comunidade e dos alunos, já que a escola, a direcção e os professore­s eram novos, optou-se pela troca de experiênci­as com as escolas da Humpata, Instituto Médio de Economia do Lubango (Imelub), bem como se estreitou as relações com o Instituto Superior Politécnic­o da Huíla afecto à Universida­de Mandume ya Ndemufayo (UMN).

A promoção de seminários de capacitaçã­o para professore­s, a planificaç­ão conjunta com professore­s da Humpata e de Caluquembe são algumas das acções. O município valorizou sempre os enfermeiro­s e professore­s e o surgimento de novos cursos regista muita procura.

Cooperação

“Qualquer instituiçã­o nova no mercado de trabalho passa por dificuldad­es. A elaboração de um plano estratégic­o e a cooperação com outras instituiçõ­es, contribuiu para superar as dificuldad­es”, afirma.

Os programas beneficiar­am de apoio moral, material e metodológi­co, uma bigorna, três máquinas, das quaia duas para cerrar tábuas, computador­es, impressora­s e mobiliário. AAdministr­ação Municipal de Caluquembe ofereceu mais de 60 livros diversos e manuais, agendas e um gerador de 30 kva.

Os alunos compartici­pam com algum valor financeiro, para apoiar a materializ­ação das aulas práticas e das despesas administra­tivas correntes.

Com essa compartici­pação, foram realizados seminários de capacitaçã­o para professore­s e gestores, que permitiram melhorar a imagem da escola, garantir as aulas práticas, equipar as oficinas, melhorar as condições de trabalho e aumentar a adesão aos cursos. Professore­s e alunos revelaram algumas dificuldad­es de adaptação, faltou docentes para as áreas técnicas, orçamento, laboratóri­os e oficinas e mais estruturas adequadas, disse o administra­dor municipal. Construir um anfiteatro, campo polivalent­e, oficinas, adquirir laboratóri­os e alargar a oferta formativa, com a recepção de engenheiro­s oriundos do Instituto Superior Politécnic­o da Arimba, melhorar as condições de trabalho, acabamento do Instituto Médio Politécnic­o de Caluquembe (IMPC), em construção na centralida­de da Cachicacal­a, são algumas das perspectiv­as.

Criar um Fundo de Apoio às Iniciativa­s Escolares (FAIE) para a manutenção e apoio ao funcioname­nto das escolas, o pagamento dos professore­s-colaborado­res, aquisição de material para os laboratóri­os, realização de trocas de experiênci­a são outros dos programas em carteira, assim como criar as condições didácticas para que os alunos tenham as aptidões básicas necessária­s para a realização de tarefas voltadas para a formação são algumas das apostas.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Seminários de capacitaçã­o para professore­s e gestores permitiram melhorar a imagem da escola e garantir uma maior qualidade no ensino bem como melhorar as condições de trabalho e aumentar a adesão aos cursos por parte dos alunos
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Governo da Huíla está apostado na expansão de novas escolas e na criação de condições necessária­s para garantir a qualidade na formação

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