Jornal de Angola

Chegada tardia ao hospital provoca dezenas de mortes

- DELFINA VICTORINO |

O banco de urgência da Pediatria do Hospital Geral do Bié registou um total de 19 óbitos, entre os dias 11 e 13 deste mês, por chegada tardia das crianças à unidade clínica, disse ontem, no Cuito, a directora da unidade sanitária.

Mariana Fernandes, que falava durante um encontro de balanço das acções desenvolvi­das pelo sector da Saúde de 2012 a 2016, considerou fraca a aplicação das medidas preventiva­s por parte da população, o que tem causado muitas mortes nas unidades sanitárias. “Em todas as localidade­s existem unidades sanitárias para atender a população e encurtar as distâncias antes percorrida­s, mas ainda se constatam famílias a deixar agravar as doenças para depois acorrer aos hospitais”.

A directora do hospital referiu que os postos e centros de saúde servem para atender a população com os primeiros socorros dentro das localidade­s próximas das residência­s, mas alguns familiares preferem primeiro acorrer a tratamento­s duvidosos e, quando a situação se agrava, vão às unidades sanitárias. Mariana Fernandes manifestou-se preocupada com a situação das hepatites e cirroses hepáticas, que são mais comuns nas pessoas que consomem bebidas alcoólicas em quantidade­s exageradas. Durante o encontro, o governador provincial do Bié, Boavida Neto, afirmou que o objectivo das autoridade­s é aproximar cada vez mais os serviços de saúde junto dos cidadãos.

Para isso, os serviços de saúde foram alargados a toda a extensão da província, no quadro de vários investimen­tos para a prevenção e tratamento de doenças.

O governador provincial referiu que outra aposta das autoridade­s é o fornecimen­to de água potável à população, para se evitarem infecções e outras doenças que advêm do consumo do produto impróprio.

Boavida Neto afirmou que, nos últimos anos, houve uma redução de mortes maternas nas unidades sanitárias, em função do reforço das políticas que favorecem a vida da população. O governador provincial do Bié realçou o papel das parteiras tradiciona­is na actividade de partos, mas defendeu a sua formação contínua, para que as mesmas possam contribuir ainda mais na melhoria das condições de trabalho e ajuda na redução das mortes materno-infantis.

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