Defendida criação de lei contra a poluição sonora
O ambientalista Simão Grilo declarou, ontem, em Luanda, que, devido ao aumento da sonorização em bares, em locais de diversão nocturna, em veículos e em áreas residenciais, já é tempo de ser aprovada em Angola uma lei contra a poluição sonora.
O ambientalista, que falava à agência de notícias Angop, alertou que, quando o som altera a condição de vida de uma determinada comunidade, causa danos ao corpo e à qualidade de vida, daí que deve haver normas para contrapor esse quadro.
A poluição sonora pode provocar alterações comportamentais nas pessoas, alertou o ambientalista, que disse ser urgente a criação de normas que a proíbam, porque o “barulho danoso” é um “assassino que mata lentamente.”
Na sua opinião, a poluição sonora é um “assassino lento” devido aos “danos camuflados que causa e ao tempo de lentidão que leva para danificar um corpo ou causar comportamentos inadequados a uma sociedade sã.”
A Organização Mundial de Saúde recomenda que o som deve ficar em até 50 decibéis, a unidade de medida do som, para não causar prejuízos ao ser humano.
A partir dos 50 decibéis, os efeitos negativos começam, disse Simão Grilo, acrescentando que “alguns problemas de saúde podem ocorrer a curto prazo, podendo levar também anos para serem notados.”
Para o especialista em ambiente, é fundamental a promoção de políticas que garantam um ambiente sadio. Em alguns países, é comemorado anualmente, a 7 de Maio, o Dia do Silêncio. O principal objectivo da efeméride é consciencializar as pessoas sobre os males que a poluição sonora provoca, em diversos aspectos, para a queda da qualidade de vida. Além de consequências físicas, o excesso de ruídos também prejudica a concentração e eleva os níveis de stress. Por este motivo, o Dia do Silêncio convida toda a população a desfrutar do total silêncio.
Fazer meditações ou simplesmente estar num ambiente longe dos constantes ruídos que as pessoas estão acostumadas a ouvir diariamente é uma das propostas do Dia do Silêncio. Não existe um consenso sobre a origem do Dia do Silêncio, mas supõe-se que tenha surgido popularmente a partir da inspiração provocada pela prática milenar da meditação.
O filósofo norte-americano William James, um dos fundadores da psicologia moderna, conseguiu definir a essência da importância do silêncio na seguinte frase: “o exercício do silêncio é tão importante quanto à prática da palavra.”