Na iminência das novas eleições
Conversemos. Se aqui na banda tivermos de escolher algo a que atribuir um valor acrescentado, para além da nossa reconhecida capacidade de resistir aos infortúnios e enfrentar desaires, desde os tempos iokúulu da Conquista.
Se ainda assim, tudiosso pudesse ser reunido num único valor, esse indiscutivelmente seria o de termos obtido e consolidado um clima de Reconciliação Nacional no âmbito da Paz social.
Este meu ponto de vista, que não prima pela originalidade, não será, porventura, de todo consensual. Na juventude em geral e como acontecerá também numa parte da nossa, o presente é avassalador. A juventude submerge no mundo actual onde ela mal pode respirar por si mesma, solicitados continuamente por um devir desconhecido ou pelas “fofocas terroristas”. Ambanji! Vamos fazer como então, Papa Francisco?
O passado da nossa Pátria martirizada estará sempre presente. Convém repetir, não por masoquismo mas porque o tempo tem seu rumo próprio, inexorável. Escravatura, colonialismo, as guerras para a Independência e após Independência estarão sempre no presente desta Paz que se quer sólida.
A iminência de novas eleições legislativas vai provocar um novo alento entre as partes concorrentes e no Balão deste Observatório registar-se-á o rumo dos ventos que em eleições gerais sopram sempre desavindos. Atente-se no que aconteceu recentemente nos EUA.
Por aqui,teremos uma grande massa votante ávida de futuro, que por enquanto só se pode limitar a um presente pleno de perspectivas. Ela, quanto a mim, será determinante. Mas no contexto também perfilam os esquizofrénicos existenciais de cuja influência de certo que não escaparemos.
Na dupla vida em que alguns se refugiam, denunciada por Sua Santidade, o Papa Francisco, no seu discurso do Natal, podem desempenhar papel nocivo. Não só pela vida dupla mas também por certos comportamentos patológicos, acobertados por igrejas e seitas (constam ser em Angola mais de 1.200 seitas ilegais!).Tudo isso bastaria para tomarmos as devidas e sérias precauções. Seria de uma grande insensatez não reter o aviso feito pelo Papa Francisco sobre comportamentos patológicos que poderão agravar-se de acordo com as circunstâncias. Seria de uma grande imprudência. Nossas práticas conjunturais e entre elas uma especialmente gravosa - o cabritismo- assola-nos como pragas maléficas.
As mudanças inevitáveis que advirão, sejam quais forem os resultados das eleições, são de incontroversa utilidade e ninguém tem dúvidas disso. Porém, a nossa contingência histórica, que sempre impregnará o futuro, será determinante e ninguém se pode ufanar de estar ileso da sua influência e da síndrome das doenças sociais denunciadas pelo Papa.