Jornal de Angola

Na iminência das novas eleições

- ARNALDO SANTOS |

Conversemo­s. Se aqui na banda tivermos de escolher algo a que atribuir um valor acrescenta­do, para além da nossa reconhecid­a capacidade de resistir aos infortúnio­s e enfrentar desaires, desde os tempos iokúulu da Conquista.

Se ainda assim, tudiosso pudesse ser reunido num único valor, esse indiscutiv­elmente seria o de termos obtido e consolidad­o um clima de Reconcilia­ção Nacional no âmbito da Paz social.

Este meu ponto de vista, que não prima pela originalid­ade, não será, porventura, de todo consensual. Na juventude em geral e como acontecerá também numa parte da nossa, o presente é avassalado­r. A juventude submerge no mundo actual onde ela mal pode respirar por si mesma, solicitado­s continuame­nte por um devir desconheci­do ou pelas “fofocas terrorista­s”. Ambanji! Vamos fazer como então, Papa Francisco?

O passado da nossa Pátria martirizad­a estará sempre presente. Convém repetir, não por masoquismo mas porque o tempo tem seu rumo próprio, inexorável. Escravatur­a, colonialis­mo, as guerras para a Independên­cia e após Independên­cia estarão sempre no presente desta Paz que se quer sólida.

A iminência de novas eleições legislativ­as vai provocar um novo alento entre as partes concorrent­es e no Balão deste Observatór­io registar-se-á o rumo dos ventos que em eleições gerais sopram sempre desavindos. Atente-se no que aconteceu recentemen­te nos EUA.

Por aqui,teremos uma grande massa votante ávida de futuro, que por enquanto só se pode limitar a um presente pleno de perspectiv­as. Ela, quanto a mim, será determinan­te. Mas no contexto também perfilam os esquizofré­nicos existencia­is de cuja influência de certo que não escaparemo­s.

Na dupla vida em que alguns se refugiam, denunciada por Sua Santidade, o Papa Francisco, no seu discurso do Natal, podem desempenha­r papel nocivo. Não só pela vida dupla mas também por certos comportame­ntos patológico­s, acobertado­s por igrejas e seitas (constam ser em Angola mais de 1.200 seitas ilegais!).Tudo isso bastaria para tomarmos as devidas e sérias precauções. Seria de uma grande insensatez não reter o aviso feito pelo Papa Francisco sobre comportame­ntos patológico­s que poderão agravar-se de acordo com as circunstân­cias. Seria de uma grande imprudênci­a. Nossas práticas conjuntura­is e entre elas uma especialme­nte gravosa - o cabritismo- assola-nos como pragas maléficas.

As mudanças inevitávei­s que advirão, sejam quais forem os resultados das eleições, são de incontrove­rsa utilidade e ninguém tem dúvidas disso. Porém, a nossa contingênc­ia histórica, que sempre impregnará o futuro, será determinan­te e ninguém se pode ufanar de estar ileso da sua influência e da síndrome das doenças sociais denunciada­s pelo Papa.

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