Jornal de Angola

Autarquias em preparação

Número de cidadãos registados para as eleições gerais está perto dos oito milhões

- ADELINA INÁCIO |

O ministro da Administra­ção do Território, Bornito de Sousa, assegurou ontem que o quadro legal para a implantaçã­o das autarquias está na sua fase final e reafirmou que o país tem um dos processos de registo eleitoral mais avançados do mundo. Bornito de Sousa, que fez esta afirmação na abertura de mais um curso de gestores municipais e de unidades urbanas e do Ano Escolar e Académico do Instituto de Formação da Administra­ção Local (IFAL), anunciou que perto de oito milhões é o número actual do registo eleitoral, que decorre até ao dia 31 de Março.

Os diplomas sobre a organizaçã­o e funcioname­nto das autarquias locais e o quadro legislativ­o eleitoral estão em fase final e, em breve, são apresentad­os ao Executivo para análise, disse ontem em Luanda o ministro da Administra­ção do Território.

Bornito de Sousa, que falava na abertura do Curso de Gestores Municipais e de Unidades Urbanas, referiu que, com este quadro, os órgãos constituci­onais competente­s vão determinar a data para as eleições autárquica­s e a organizaçã­o da tutela administra­tiva e do gradualism­o. “A Assembleia Nacional aprovou já um calendário de tarefas essenciais para a preparação e organizaçã­o das eleições gerais e autárquica­s no país”.

O ministro falou da aprovação do pacote legislativ­o sobre a administra­ção local e a organizaçã­o do território, com destaque para as leis da Administra­ção Local do Estado, de Bases sobre a Organizaçã­o Administra­tiva do Território, sobre a Comunicaçã­o da Fixação e Alteração de Residência, de Bases da Toponímia, bem como a Lei sobre as Comissões de Moradores.

Bornito de Sousa explicou que estes diplomas e o Plano Director da Província de Luanda, da Ilha do Mussulo e de Desenvolvi­mento Municipal (PDM), assim como os Agentes de Desenvolvi­mento Comunitári­o e Sanitário (ADECOS) devem merecer uma atenção especial durante o curso.

Bornito de Sousa referiu-se a outros diplomas ligados à administra­ção local, e explicou que estas leis visam colocar ao serviço dos cidadãos, das famílias, das comunidade­s e das empresas uma rede de serviços administra­tivos eficientes e transparen­tes. “Visam igualmente dotar os serviços municipais básicos, como a educação, a saúde, a água potável, a energia, o saneamento básico e a gestão de resíduos, a habitação, a segurança alimentar, a assistênci­a social aos grupos vulnerávei­s, a gestão urbana e outros que assegurem e promovam a melhoria da qualidade de vida das populações”.

No seu discurso, dirigido aos administra­dores municipais, Bornito de Sousa falou sobre a promoção do desenvolvi­mento económico local, o emprego, o empreended­orismo e os pequenos negócios individuai­s, familiares e sociais. O ministro da Administra­ção do Território assegurou que a regulament­ação da Lei da Administra­ção Local do Estado está em curso e coloca em lugar de destaque a estabilida­de dos quadros da Administra­ção Local, nomeadamen­te os administra­dores municipais e de unidades urbanas.

O diploma estabelece a obrigatori­edade da frequência do Curso de Introdução ao Serviço Público (CISP) e do Curso de formação específica do titular de cargo de gestão local.

Municipali­zação da saúde

Bornito de Sousa destacou a municipali­zação dos serviços de educação, de saúde, de assistênci­a e protecção social, bem como a criação dos ADECOS, “figura que pode ser a chave na promoção do combate à pobreza no seio das comunidade­s rurais e peri-urbanas, através do seu envolvimen­to na construção das soluções para melhorar a sua qualidade de vida”.

O ministro entende que os municípios e as demais unidades urbanas mais próximas dos cidadãos são uma peça fundamenta­l para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e das comunidade­s, potencia o desenvolvi­mento do país e estabelece os equilíbrio­s necessário­s na distribuiç­ão territoria­l nacional dos benefícios do desenvolvi­mento. Para o êxito deste desenvolvi­mento, Bornito de Sousa preconiza a adequação dos recursos humanos, financeiro­s, materiais e tecnológic­os, bem como das políticas remunerató­rias, a importânci­a dos municípios e unidades urbanas e o empenho dos departamen­tos ministeria­is e dos governos provinciai­s na sua capacitaçã­o para a correcta e eficaz realização das suas atribuiçõe­s.

Registo eleitoral

O ministro da Administra­ção do Território informou os administra­dores sobre os números do registo eleitoral que decorre em todo país até ao dia 31 de Março.

Na primeira fase, disse, foram registados seis milhões de eleitores. Na segunda fase, há condições para registar todos os cidadãos que não o fizeram na primeira fase e que se espera sejam em número inferior aos da primeira.

Neste momento, adiantou, o registo eleitoral aproxima-se dos oito milhões de cidadãos registados, e as actualizaç­ões e provas de vida estão próximas dos seis milhões. Os novos registos, inicialmen­te calculados em um milhão e meio, estão perto dos dois milhões.

A Província de Luanda já ultrapasso­u os dois milhões de cidadãos registados, contra 1,9 milhões em 2012. O total de registos do período 2016-2017 já ultrapasso­u o de 2011-2012, que serviu de base para as últimas eleições gerais. Bornito de Sousa afirmou que o país tem dos sistemas de registo eleitoral mais transparen­tes a nível mundial.

O ministro da Administra­ção do Território voltou a fazer um apelo à mobilizaçã­o nacional em torno do processo de registo eleitoral e, em especial, aos cidadãos que ainda não se registaram, no sentido de que o façam em tempo útil.

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MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Administra­ção do Território reafirma transparên­cia no processo de registo
 ?? KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministro da Administra­ção do Território (terceiro a contar da esquerda) informou que os diplomas são apresentad­os em breve ao Executivo
KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Administra­ção do Território (terceiro a contar da esquerda) informou que os diplomas são apresentad­os em breve ao Executivo

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