Seca no Planalto Central afecta milhares de famílias
Mais de 200.000 famílias camponesas podem sofrer este ano as consequências da estiagem que se regista nos últimos meses na província do Huambo, informou ontem o director provincial da Agricultura e Pescas.
Andrade Baú mostrou esta preocupação durante a reunião operativa do governo provincial, que analisou, entre outras questões, os principais problemas da província, para possíveis soluções, assim como o grau de execução e cumprimento das actividades programadas no último encontro, realizado na semana passada com o mesmo objectivo.
Apesar de algumas precipitações fracas que caíram um pouco por toda a região, a província do Huambo está a registar período de estiagem que já dura cerca de 45 dias, comprometendo seriamente as colheitas deste ano, principalmente de feijão e milho.
Preocupado com a situação, o porta-voz das reuniões operativas, o vice-governador para o sector Político e Social, Guilherme Tuluca, disse ser preciso fazer um estudo mais profundo sobre o fenómeno, ouvindo mais as administrações municipais, uma vez que a estiagem está a ser muito severa e compromete a produção de milho e feijão, os principais produtos da dieta alimentar das populações locais. De qualquer modo, o vice-governador mostra-se esperançado por faltar ainda dois meses de chuva para recuperar a época perdida neste espaço de tempo e garantir a compensação do que se perdeu no milho e feijão.
“Vamos trabalhar e cruzar as informações com as administrações municipais de forma que haja alguma orientação na solução das preocupações identificadas até ao momento, para garantir segurança alimentar às comunidades”, aconselhou.
O administrador municipal do Ecunha, Emitério Tiago, mostrouse preocupado com a fase que o seu município vive, manifestando que os camponeses estão penalizados nas culturas da batata-rena, milho, feijão e outros produtos, por haver estragos consideráveis provocados pela estiagem.
“Neste momento, todo o agricultor do Ecunha e não só sente o peso da falta da chuva e temos encorajado os camponeses no sentido de criar alternativas para a prática da agricultura nas zonas junto dos rios e baixas, de forma a recuperar o que foi perdido com a falta de chuva.”
Apelou igualmente às populações de forma a optar pelas culturas resistentes à seca como a batatadoce, mandioca e outros de forma a recuperar o tempo perdido.
Emitério Tiago adiantou que o município tinha previsões de colher cerca de 52.000 toneladas de batata-rena, cultivada nos meses de Dezembro e Janeiro, mas tudo mudou para o negativo por falta de chuva.
O responsável prometeu inverter o quadro uma vez que o próximo ano agrícola vai ser preparado com antecedência, de forma que até aos meses de Julho e Agosto os camponeses tenham todo o material necessário para no início das chuvas as pessoas lançarem as sementes mais cedo para que o ano agrícola de 2018 venha a ser muito melhor do que o presente.