Parceria luso-angolana é vantajosa
As parcerias entre empresários agrícolas portugueses e angolanos são determinantes para o desenvolvimento do sector, numa altura em que Portugal está muito desenvolvido no sector agrário, experiência que pode ser absorvida por Angola, disse, na segunda-feira, o presidente do Banco BIC.
Fernando Teles falava no balanço do II Fórum sobre Agricultura, realizado em Lisboa, e explicou que para Angola ser auto-suficiente nos próximos seis ou oito anos em carne, leguminosas e cereais as parcerias com países como Portugal são fundamentais.
O promotor do fórum, que congregou mais de 400 empresários, entre angolanos e portugueses, disse que os ministros de Angola e Portugal, Marcos Nhunga e Luís Capoulas, Santos saíram satisfeitos do encontro e relançaram as bases para cooperação entre os dois países.
“A reunião dos empresários do sector é importante, porque há troca de informação e experiência para que as coisas possam ser bem feitas”, disse Fernando Teles. Quanto mais informação houver, para os que estão deste e daquele lado, mais fácil passa a ser o estabelecimento de parcerias entre os empresários, prosseguiu Fernando Teles.
“Hoje temos pessoas com projectos de sucesso em Angola e isso é importante para o país e estas reuniões que se fazem de forma calma em que as pessoas convivem e almoçam juntas também permite que alguns empresários portugueses fiquem ou tenham a sensibilidade de que é importante para Portugal e para Angola, porque o país necessita de “know-how”.”
Fernando Teles mostrou-se confiante no reforço das parcerias: “Acho que aquilo que alguns empresários estão a fazer em Angola é muito bom. E também há empresários que com capacidade para investir em Portugal, tudo isso são parcerias.” Em relação ao primeiro fórum, realizado em Julho, em Luanda, o gestor disse que muita coisa mudou, porque agora há um maior conhecimento e informação dos empresários portugueses sobre Angola.
“Os portugueses que foram convidados pelo Banco BIC em 2016 para irem a Angola, para participar no Fórum e visitar alguns empreendimentos aceitaram o convite com alguma relutância, porque achavam que iam chegar e encontrar tudo muito atrasado, tudo com muitas dificuldades”, disse Fernando Teles. “A verdade é que Angola é um país muito grande, um país que precisa de desenvolvimento, mas há já alguns projectos de referência em Angola”, explicou.
Fernando Teles disse que, no fórum, foi transmitido o testemunho de que Angola é um país do futuro, ouviram e viram coisas que não esperavam ver e tudo isso é positivo, e tudo isso transmite-se às outras pessoas, aos outros investidores.
“Quando me convidam para ir ver um projecto agrícola eu procuro tirar o lado positivo, eu gosto de coisas novas, de quem está a fazer bem e de criticar quem está a fazer mal, aconselhando a falar com este ou aquele e ir buscar “know-how” a este ou aquele país”, salientou.
Para o gestor, o fundamental é todos procurarem fazer melhor e o Banco BIC está a dar o seu contributo, incentivando os empresários de Angola a irem para Portugal e os empresários de Portugal a irem a Angola.