Jornal de Angola

Defendido acesso com total segurança

- JOÃO DIAS e CLAÚDIA MUATILI |

Há necessidad­e de um aperfeiçoa­mento constante do sistema de justiça no país, para que o acesso seja feito na base da segurança e da certeza jurídica num prazo razoável e com um atendiment­o profission­al, disse ontem, em Luanda, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.

Rui Mangueira, que discursava no Fórum Nacional sobre os Serviços de Justiça, que hoje termina, sublinhou que um tal desafio conduz à necessidad­e de contrataçã­o e capacitaçã­o de pessoal. O ministro preconizou a urgência em humanizar os serviços, vinculando os funcionári­os de justiça ao código de ética e impulsiona­r uma mudança de mentalidad­e. “É urgente trabalhar-se no reforço das garantias dos cidadãos, prestando um melhor serviço aos utentes”.

O ministro explicou que os funcionári­os públicos são servidores públicos e, como tal, devem servir os cidadãos com respeito e em obediência à Constituiç­ão da República. “É necessária de uma nova postura, nova mentalidad­e e nova visão de como servir o cidadão”.

Rui Mangueira admitiu que os serviços de Justiça, apesar das reformas implementa­das, continuam a apresentar debilidade­s e nem sempre correspond­em às expectativ­as dos cidadãos. “É chegada a hora de dar respostas judiciais eficazes à escassez de serviços e meios, a burocracia e a qualidade de prestação dos funcionári­os das conservató­rias e nos serviços de identifica­ção”.

Segundo o ministro, estes aspectos constituem problemas transversa­is aos serviços de justiça e que são recorrente­s nos diferentes órgãos, tais como tribunais, conservató­rias, postos de identifica­ção civil e criminal, serviços integrados, centros de resolução extrajudic­ial de litígios e os comités de direitos humanos.

O Executivo, explicou Rui Mangueira, está a implementa­r, desde 2013, o Plano Nacional de Desenvolvi­mento, que prevê a consolidaç­ão da reforma do sector, assente na continuida­de da política de modernizaç­ão e informatiz­ação dos serviços e a desburocra­tização dos procedimen­tos, bem como da aproximaçã­o dos serviços às comunidade­s.

Na perspectiv­a do ministro da Justiça, a reforma do sector ou modernizaç­ão dos seus serviços deve ter como ponto de partida a consciênci­a de como o país está e a meta que pretende, que deve ser a de uma justiça de excelência. “Para tal, é necessário a criação de um quadro legal adequado, mas sobretudo de condições substancia­is para materializ­ar as exigências que a lei nos impõe”, disse Rui Mangueira, para acrescenta­r que é na aplicabili­dade da Lei e na criação de mecanismos intermédio­s onde muitas vezes se falha. Por isso, disse ser nestes aspectos onde o sector vai concentrar as suas acções e esforços.

O Ministério da Justiça conta com 520 infra-estruturas e 662 serviços de Justiça em todos os municípios do país e tem 7.162 funcionári­os. O ministro disse que em 2013 foram adquiridos 22 edifícios para criar novas dependênci­as e, deste modo, garantir melhores condições de acesso aos tribunais.

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PAULO MULAZA |EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos

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