Mercado carece de melhor aproveitamento
Os agentes económicos devem aproveitar melhor as potencialidades da nova realidade imobiliária no país, disse ontem em Luanda, a secretária de Estado das Finanças.
Valentina Filipe disse que Angola já dispõe de um ambiente refutatório e de supervisão adequado à mobilização de poupanças, através de organismos de investimento colectivo. “Existe uma estrutura de gestão de mercados regulamentados e custódia de valores mobiliários em pleno funcionamento.”
Ao discursar no encerramento da Conferência Nacional sobre os Modelos de Financiamento do Urbanismo e Habitação, a governante disse ser necessário que os agentes económicos tenham por base os fluxos financeiros originados no sector imobiliário.
Entre estes fluxos, Valentina Filipe destacou aqueles que se destinam ao financiamento de parcerias público-privadas de construção e exploração de infra-estruturas.
“O tradicional financiamento do Estado e da banca não consegue sustentar, nem é adequado que o faça, o desenvolvimento de um plano de urbanismo e habitação sendo, por isso, necessária a adopção de formas alternativas de financiamento. Uma delas é a mobilização de poupanças, através do mercado de capitais.”
Para Valentina Filipe, o Plano Nacional do Urbanismo e Habitação pode garantir a sustentabilidade da dívida pública, ao minimizarse o esforço financeiro do Estado, quer em dotações orçamentais, quer em garantias prestadas, e contribuir para um sistema bancário robusto, sistémico com origem no mercado imobiliário.
A secretária de Estado das Finanças falou das consequências nefastas de “bolhas especulativas” do sector imobiliário sobre o sector bancário, bem como o seu impacto nas recentes crises da dívida pública de alguns Estados, com ênfase para os europeus, de forma a serem acauteladas no país.
Na óptica de Valentina Filipe, o plano de urbanismo e habitação, lançado em 2008, constituiu uma prioridade estratégica do Executivo, no sentido de assegurar condições dignas de habitação para as famílias angolanas. Os trabalhos da conferência foram orientados pela ministra do Urbanismo e Habitação, Branca do Espírito Santo, e incidiram uma reflexão sobre o financiamento de projectos urbanos e habitacionais, os desafios e oportunidades de investimento nos projectos.
O papel do Estado, do sector privado e dos diferentes segmentos do sistema financeiro, banca e mercado de valores mobiliários, no quadro do financiamento do Programa Nacional do Urbanismo e Habitação, estive no centro das atenções dos conferencistas.
A conferência destinou-se aos intervenientes no mercado imobiliário, em especial sociedades gestoras de organismos de investimento colectivo, outros investidores institucionais, bancos, promotores imobiliários e empresas de construção e obras públicas.