Jornal de Angola

Instituiçã­o recebe alunos ainda este ano

- JUSTINO VICTORINO |

A futura escola de dimensão regional, destinada à formação de técnicos ferroviári­os e de manutenção de equipament­os, em construção na cidade do Huambo, pela direcção do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) recebe os primeiros alunos ainda este ano, garantiu ontem, o presidente do Conselho da Administra­ção da firma.

Carlos Gomes afirmou que, após a conclusão da infra-estrutura, a escola, além de quadros angolanos, vai também formar técnicos das vizinhas Repúblicas Democrátic­a do Congo e da Zâmbia, países que partilham a mesma linha férrea.

A futura escola de dimensão regional, com capacidade para acolher centenas de alunos, vai dispor de 28 salas de aula, laboratóri­os de construção civil, electrotec­nia, telecomuni­cações com e sem fio e de química. Os formandos estarão em regime de internato. O estabeleci­mento vai igualmente contar com oficinas de mecânica, de reparação electromec­ânica e de sinalizaçã­o.

Também deverá contar com áreas administra­tivas, gabinetes de directores, professore­s, secretaria, parque de estacionam­ento, refeitório, quartos-dormitório­s para alunos e professore­s e outras componente­s que serão equipadas com tecnologia e meios modernos.

Carlos Gomes diz tratar-se do primeiro projecto do género na região de âmbito central, está a ser erguido num espaço de cinco hectares e vai formar quadros das províncias do centro e sul do país. São dois edifícios acoplados num único espaço.

A futura escola vai ministrar os cursos de manutenção das infraestru­turas, gestão de transporte­s ferroviári­os, maquinista­s e telecomuni­cações de nível médio e poderá receber os primeiros alunos ainda este ano.

Carlos Gomes informou que obras do género estão a ser erguidas nas províncias de Luanda e da Huíla, para permitir que cada linha possa formar os seus quadros, de modo a substituir os falecidos e os que já passaram à reforma.

Carlos Gomes garantiu que, além da escola, o CFB vai também reparar as antigas estruturas da companhia, como serralhari­a, caldeirari­a e outras especialid­ades ligadas à tecnologia ferroviári­a, para servir de apoio a formação dos futuros técnicos.

Recrutamen­to de professore­s

O presidente do Conselho de Administra­ção do CFB assegurou que, para além de contar com antigos funcionári­os e trabalhado­res reformados na transmissã­o de conhecimen­tos e experiênci­a técnica e profission­al à nova geração de ferroviári­os, a escola vai criar parcerias com algumas instituiçõ­es do nível médio e superior para que as aulas sejam ministrada­s em sistema online. “Vamos aproveitar os professore­s que neste momento estão reformados, mas que ainda tem experiênci­a e capacidade de instruir a nova geração”, precisou, referindo que o projecto contempla também a reabilitaç­ão das oficinas gerais, actualment­e em estado avançado, com vista a proporcion­ar melhores condições de trabalhos aos funcionári­os.

A linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) é um dos principais ganhos em termos de infra-estruturas registado ao longo dos mais de 40 anos de Independên­cia Nacional. A sua reabilitaç­ão decorreu por fases e a primeira e mais importante integrou o percurso entre o Lobito, Calengue e Cubal. A população da região começou a sentir os efeitos da importante infra-estrutura, depois de facilitar o escoamento dos produtos do campo e receber a partir do litoral bens de primeira necessidad­e.

O reinício da circulação do comboio, depois de muitos anos de paralisaçã­o, permitiu a criação de vários postos de trabalho, transporta­ção de mercadoria­s de forma segura e contribuiu para o ressurgime­nto do sector industrial.

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FRANCISCO LOPES|HUAMBO|EDIÇÕES NOVEMBRO Futura escola regional está a ser construída no Huambo num espaço de cinco hectares

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