CARTAS DO LEITOR
Merchandising dos clubes
Há dias, nas redes sociais, um amigo levantou a questão da situação financeira por que passam os clubes de futebol sénior masculino. No fundo, trata-se de uma situação que afecta todo o desporto, para não dizer todos os sectores da sociedade que, hoje em dia, tendem a ser geridos, cada vez mais, com parcos recursos.
Dizia-se e diz-se com toda a razão que os clubes que vivem essa má fase deviam colocar os gabinetes de Marketing e Merchandising a trabalhar, em vez de ficarem pelas designações. Se não vejamos: os clubes podem investir nos seus emblemas, rótulos e equipamentos. Hoje, na maioria das escolas do ensino secundário, os professores recomendam aos alunos que, para a prática da disciplina de Educação Física, devem munir-se de equipamento de equipas como o Real Madrid, o Barcelona, apenas para mencionar estas.
Equipamentos e adereços daquelas e outras equipas existem em grandes quantidades e têm a procura que têm. Acho que, por "decreto" se necessário, as escolas ou os professores de Educação Física podem mudar as suas recomendações, sobretudo colaborando com as nossas equipas. Seria bom que os professores de Educação Física recomendassem equipamentos das equipas nacionais e que estas investissem seriamente na encomenda de vestimenta desportiva de várias dimensões e tipologias para a colocar à disposição do público em geral e dos estudantes praticantes de desporto em particular.
Estado Islâmico
Sou estudante de Relações Internacionais e acompanho com interesse todas as informações sobre o Médio Oriente, em particular sobre o desenvolvimento que leva à derrocada do auto-proclamado Estado Islâmico. Trata-se de uma organização que ameaçava, ainda ameaça, a soberania de numerosos Estados, mas que felizmente agora começa a ser tratada como deve ser, na Síria, no Iraque, na Líbia, no Iémen e noutras partes do mundo, esta infeliz organização dirigida pelo califa Ibrahim.
Julgo que a perda dos seus principais bastiões, a começar por Mosul, no Iraque, a seguir a Racqua, a sua dita capital, pode ditar rapidamente o declínio do primeiro autoproclamado califado terrorista em pleno século XXI. Como a História está permanentemente a repetir-se e os homens a negligenciarem essa realidade, é bom que a lição sobre as formas que deram lugar ao surgimento de numerosas organizações terroristas sirva para que os Estados actuais actuem preventivamente. A guerra contribui mais para aprofundar diferendos do que para emendar situações.
A invasão injustificada do Iraque e o derrube igualmente injustificado de Kadhaffi, apenas para mencionar estas duas tristes realidades, fizeram mergulhar os dois países numa situação da qual muitos duvidam que venham a recuperar algum dia.
Polícia Nacional
Sou um folião do Carnaval e acompanho com muito interesse todas as movimentações em torno desta imponente festa popular, cuja mística e arte há muito deixaram de ser mantidas. Mas, antes que me acusem de saudosismo, diria apenas que o Carnaval de hoje é inteiramente diferente do tempo em que a dança, a vestimenta e as movimentações enchiam de alegria qualquer um.
Gostei de ouvir que oficiais, sargentos e agentes afectos ao Comando de Luanda da Polícia Nacional e Delegação Provincial do Ministério do Interior estão em prontidão para manter a segurança, a tranquilidade e a ordem pública durante os três dias da festa do Carnaval a decorrer na Nova Marginal, no distrito urbano da Ingombota. Aliás, não podia ser de outro modo na medida em que segurança, tranquilidade e segurança pública na véspera e em pleno Carnaval exigem um pouco mais das forças de segurança. E era bom que as pessoas em geral acatassem as advertências da Polícia Nacional quando se diz completamente pronta para o rigor no cumprimento das suas atribuições.