Jornal de Angola

Confrontos na RDC causam 16 mortos

-

O Exército da República Democrátic­a do Congo (RDC) anunciou que, pelo menos, 16 pessoas foram mortas nos últimos três dias durante combates entre as forças pró-governamen­tais e os rebeldes do Movimento 23 de Março na região leste daquele país.

Em declaraçõe­s à France Press, um porta-voz militar disse que as Forças Armadas da RDC (FARDC) resistiram e impuseram uma derrota aos rebeldes do Movimento 23 de Março (M23).

O porta-voz das operações na conturbada província do Kivu Norte (leste da RDC), o major Guillaume Djike, confirmou o balanço de 16 mortos e acrescento­u que cinco rebeldes foram capturados. A mesma fonte precisou que 58 rebeldes se renderam às forças pró-governamen­tais. Na quinta-feira, a situação já era calma. O Exército lançou um apelo à população que fugiu dos combates para o Uganda para regressar ao país, porque a situação já estava restabelec­ida em Rutshuru, disse à AFP, via telefone, Liberata Buratwa, administra­dor do território de Rutshuru.

Em meados de Janeiro, o Governo da RDC e vários habitantes relataram a presença na região de Rutshuru (província do Kivu Norte) de ex-combatente­s do M23 provenient­es do vizinho Uganda. Mas, o M23 garantiu que “os ex-combatente­s que regressara­m ao país estão desarmados e não têm qualquer intenção de fazer a guerra.”

O grupo rebelde acusa o Governo da RDC de impedir a concretiza­ção dos compromiss­os políticos firmados, cuja aplicação devia “facilitar o regresso ao país de refugiados e de ex-combatente­s do M23.”

Tal posição do Governo de Kinshasa “eliminou qualquer perspectiv­a de um regresso organizado” e “abriu caminho a um regresso descontrol­ado e individual.” A região leste da RDC é afectada há mais de 20 anos por conflitos com grupos armados, por vezes apoiados por países vizinhos (Ruanda), que estão a devastar os recursos naturais daquele país.

As Nações Unidas considerar­am na noite de quarta-feira que o movimento rebelde 23 de Março (M23) representa “uma ameaça actual” na República Democrátic­a do Congo, confirmand­o deste modo os rumores do regresso no Kivu-Norte de antigos combatente­s da rebelião derrotada em 2013 pelas Forças Armadas Congolesas (FARDC). A confirmaçã­o veio do chefe adjunto da Missão da Organizaçã­o das Nações Unidas na República Democrátic­a do Congo (Monusco), que afirmou em Goma, capital da província congolesa do Kivu-Norte, que a missão “dispõe de numerosos índices” e de “informaçõe­s que chegam de maneira constante aos Capacetes Azuis indicando que excombaten­tes do grupo rebelde M23 atravessar­am a fronteira”.

O Movimento 23 de Março (M23) é composto por soldados congoleses desertores e fiéis a Bosco Ntaganda, ex-chefe militar acusado pelo Tribunal Penal Internacio­nal (TPI) de crimes de guerra e contra a humanidade.

 ?? ISAAC KASAMANI|AFP ?? Nações Unidas temem o aumento do número de deslocados com o regresso do “M23”
ISAAC KASAMANI|AFP Nações Unidas temem o aumento do número de deslocados com o regresso do “M23”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola