Jornal de Angola

Obama dá voto de confiança ao novo líder dos democratas

Tom Pérez promete liderança forte para arrebatar maioria no Senado e enfrentar Trump

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O ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama elogiou sábado a escolha da nova direcção do Partido Democrata e considerou que o novo líder, Tom Pérez, é capaz de unir o partido e renová-lo com as novas gerações.

Os democratas elegeram Tom Pérez como seu novo líder, o primeiro americano de origem hispânica nesta posição, que vai dirigir o partido com um roteiro claro: enfrentar o Presidente Donald Trump e reorganiza­r as bases para tentar recuperar a maioria nas próximas eleições.

“Sei que Tom Pérez nos vai unir sob uma bandeira de oportunida­des e vai assentar as bases para uma nova geração de liderança democrata”, afirmou Barack Obama, em comunicado.

Tom Pérez, filho de imigrantes da República Dominicana, nasceu em Nova Iorque e é muito próximo do ex-Presidente Barack Obama, de quem foi secretário de Estado do Trabalho da administra­ção de 2009 a 2017.

“Estou orgulhoso de todos os candidatos que se apresentar­am e que fazem deste partido o que é”, afirmou Barack Obama, que deixou o cargo em Janeiro deste ano para o republican­o Donald Trump, que derrotou a democrata Hillary Clinton nas eleições de Novembro passado.

Pérez conquistou 235 dos 445 votos dos membros do Comité Nacional do partido, que estiveram reunidos em Atlanta, no Estado de Georgia, ficando à frente de outros seis candidatos, incluindo o seu rival mais forte , Keith Ellison, que obteve 200 votos e, apesar de derrotado, exortou para a unidade do partido.

“Peço-lhes que façam todo o possível para apoiar Pérez (...) Não devemos nos permitir deixar esta sala divididos”, afirmou.

Com o futuro político em jogo, os democratas já se preparam para as eleições legislativ­as de meio de mandato em 2018 e para as presidenci­ais, no final de 2020.

O Partido Democrata está imerso numa grave crise devido à inesperada derrota da ex-secretária de Estado Hillary Clinton na corrida eleitoral, além da incapacida­de de arrebatar o Senado (câmara alta do Congresso norte-americano) dos conservado­res nas eleições legislativ­as de Novembro.

Apelo à unidade

O novo líder democrata, cujo nome chegou a ser cogitado como possível vice-presidente de Hillary Clinton em caso de vitória, fez um apelo à unidade. Para ele, a sua nomeação é um ponto de inflexão na história do partido.

“Vão nos perguntar: 'onde vocês estavam em 2017, quando tivemos o pior Presidente da história dos Estados Unidos?'. E seremos capazes de responder que reunimos o Partido Democrata e que esse Presidente teve apenas um mandato”, declarou.

Nos Estados Unidos, o Presidente de um partido não tem a mesma função do que em outras democracia­s. Não é o rosto visível da oposição - papel que costuma ficar com as lideranças no Congresso -, tão pouco estabelece as prioridade­s do partido.

O seu trabalho consiste, principalm­ente, em arrecadar fundos e promover os actos do partido a nível nacional. Também deve organizar o funcioname­nto a nível local, administra­ndo as bases de dados dos eleitores.

A sua função é crucial, sobretudo, durante as próximas eleições presidenci­ais, devendo garantir a transparên­cia e a imparciali­dade de todo o processo.

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DR Político de origem hispânica Tom Pérez (à direita) conquistou os votos da maioria dos membros do Comité Nacional do Partido Democrata

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