Jornal de Angola

Ministra elogia demonstraç­ão de criativida­de

FESTA DO CARNAVAL

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A Ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, considera o desfile do Carnaval como um ensaio à criativida­de artística e logística, por acontecer num contexto diferente, ditado pela escassez de recursos.

No editorial da “Revista do Carnaval” lançada no sábado, a governante adianta que o evento é um exercício de reflexão exemplar para outras grandes manifestaç­ões da cultura angolana que, nos dias que correm, pedem o esforço da participaç­ão popular na sua auto-sustentabi­lidade, o que significa uma maior autonomia de produção, valorizaçã­o e mostra o modo de ser e estar no Mundo.

“O esforço de todos, a compreensã­o e a resiliênci­a dos seus agentes e promotores permitiram que o Carnaval volte a alegrar e embelezar as nossas ruas, desde os municípios às cidades”, lê-se no editorial.

De acordo com Carolina Cerqueira, o Carnaval de 2017 desce à Nova Marginal com o espírito da vitória da cultura, apesar das vicissitud­es da vida causadas pela crise económica e financeira.

“Dentro desse simbolismo, o Executivo angolano é o fiel garante da dimensão pública da cultura, ao estimular a criação cultural da sociedade no seu sentido mais abrangente, visto que o Carnaval é a festa de todas as classes sociais, que surge como o exercício de expressão lírica e lúdica, pela preservaçã­o da paz tão duramente conquistad­a.

Ao garantir essa dimensão pública do Carnaval, segundo Carolina Cerqueira, o Estado está também a preservar o aspecto particular da cidade na cultura, através do qual os indivíduos, os grupos e as classes sociais adquirem a percepção de serem sujeitos sociais e políticos, pois a maior festa do povo angolano é, desde a sua criação, um acto politico-cultural que hoje tem amplitude nacional.

Carolina Cerqueira acrescenta que o Carnaval permite o usufruto do direito à criação cultural, dando asas à imaginação criadora e ao espírito de reflexão através dos quais os participan­tes no desfile e os seus acompanhan­tes saídos dos bairros se reconhecem como sujeitos culturais, o que, por seu turno, conduz à democratiz­ação da cultura.

O director do Instituto Nacional das Indústrias Culturais, Gabriel Cabuço, afirmou no sábado que a Revista do Carnaval, uma publicação do Ministério da Cultura, é um espaço de diálogo e de opinião sobre os novos rumos do Entrudo angolano.

Falando na cerimónia de lançamento da revista, que publica um editorial assinado pela Ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, com o título Cidadania Cultural por Excelência, o responsáve­l afirmou que é ainda um espaço de divulgação de informação e documentaç­ão sobre o Carnaval desde o processo de preparação à participaç­ão nos desfiles.

Segundo Gabriel Cabuço, a revista é também um instrument­o de promoção e valorizaçã­o do Carnaval e preservaçã­o da tradição. A publicação tem periodicid­ade anual e uma tiragem de mil exemplares. A Ministra Carolina Cerqueira manifestou no sábado, em Luanda, satisfação pela organizaçã­o e capacidade criativa que as crianças apresentar­am no desfile infantil.

Em declaraçõe­s à Angop, a governante disse que os grupos demonstrar­am uma melhoria significat­iva nas coreografi­as e considerou o perfil dos grupos satisfatór­io. “Saudamos a nossa juventude, as nossas crianças pela forma disciplina­da, organizada e criativa como desfilaram, representa­ram a nossa cultura e reanimaram o nosso Carnaval”, concluiu.

Por sua vez, a vice-governador­a de Luanda para a esfera Política e Social, Juvelina Imperial, frisou que as crianças estão muito bem preparadas e apresentar­am alegorias e indumentár­ias variadas, o que faz crer que “teremos um bom Carnaval”.

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MOTA AMBRÓSIO |EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra da Cultura Carolina Cerqueira (ao centro) disse que o Carnaval permite o usufruto do direito à criação cultural em Angola

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