Jornal de Angola

Exigido respeito pelo Acordo de Conacri

Presidente José Mário Vaz convoca para quinta-feira o Conselho de Estado

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O Presidente da Guiné-Bissau convocou para quinta-feira o Conselho de Estado, cujas decisões não são de carácter vinculativ­o, para analisar a crise política do país, após a ONU exigir respeito pelo Acordo de Conacri.

A decisão de José Mário Vaz foi divulgada depois de a comissão permanente do Parlamento guineense, dominada pelo PAIGC, chumbar na semana passada a proposta do agendament­o de análise em sessão plenária do programa do Governo guineense, situação que obriga oficialmen­te à dissolução do Executivo liderado por Umaro Sissoko Embaló.

Foi igualmente anunciada depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas alargar até Fevereiro de 2018 o mandato do Escritório Integrado da ONU para a Consolidaç­ão da Paz na Guiné-Bissau (Uniogbis), manifestar preocupaçã­o com a persistent­e crise política e institucio­nal que envolve o Chefe de Estado, o primeiro-ministro, o líder do Parlamento e partidos políticos e exigir respeito pelo Acordo de Conacri, assinado por estas figuras.

A decisão, adoptada por unanimidad­e pelos 15 Estados-membros que integram o órgão, foi confirmada pelo embaixador da Ucrânia, Volodymyr Yelchenko, que este mês ocupa a presidênci­a do Conselho.

O Conselho de Segurança refere na resolução que a situação na Guiné-Bissau impede o avanço da agenda nacional de reformas e ameaça minar os progressos realizados desde o restabelec­imento da ordem constituci­onal na GuinéBissa­u após as eleições de 2014.

Este órgão da ONU endossa o Acordo de Conacri assinado pelos actores guineenses em Outubro passado, que definiu um plano para a implementa­ção do roteiro adoptado para resolver a crise política, apela às partes interessad­as “a respeitare­m rigorosame­nte o entendimen­to e o roteiro” e aprovou a continuaçã­o do regime de sanções, tal como as resoluções dos últimos dois anos. A resolução das Nações Unidas endossa igualmente a proposta de reestrutur­ação que prevê integrar a missão política às actividade­s de desenvolvi­mento no país africano para “reorientar os esforços” destinados a impulsiona­r as capacidade­s e o papel político de facilitaçã­o e racionaliz­ar a sua estrutura de gestão.

Entretanto, na quinta-feira da semana passada, centenas de guineenses contestara­m numa manifestaç­ão realizada em Bissau a continuida­de do impasse político no país e pedirem para o Chefe de Estado deixar o poder e marcar novas eleições gerais.

Os manifestan­tes, maioritari­amente jovens, percorrem de forma pacífica as principais ruas da capital para exigir a demissão do Chefe do Estado, José Mário Vaz, apontado como o responsáve­l pela crise política no país.

Num relatório apresentad­o no princípio deste mês, o Secretário­Geral da ONU pedira reformas na “postura operaciona­l” da Uniogbis para reforçar as capacidade­s políticas com a libertação de recursos das capacidade­s programáti­cas.

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AMANDA VOISARD|UNITED NATIONS|AFP Resolução das Nações Unidas aprovada por unanimidad­e alarga até Fevereiro do próximo ano a missão da organizaçã­o na Guiné-Bissau

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