Autoridades frustram atentado suicida
Pelo menos três polícias argelinos ficaram feridos no domingo na sequência de uma tentativa fracassada de atentado terrorista suicida numa delegacia na província de Constantina, no leste da Argélia, noticiou ontem a imprensa local, que citou fontes de segurança.
Segundo as fontes de segurança citadas pela imprensa local, o terrorista foi abatido a tiro por um agente quando se aproximava da delegacia da cidade de Bab al Kantara e, já no chão, ferido, conseguiu detonar o explosivo que carregava.
A tentativa de atentado terrorista ocorreu por volta das 21h00 de Angola. Logo após, a área foi isolada pelas forças especiais.
Uma fonte da Segurança Nacional argelina disse à agência oficial APS que um polícia que estava em frente à sede da delegacia situada num edifício que abriga dez famílias “respondeu com energia e heroísmo e, após várias advertências, disparou com precisão contra o colete-bomba”.
Ennahar TV noticiou que se suspeita que o suicida é a mesma pessoa que executou a sangue frio em Outubro do ano passado um polícia num restaurante de Constantina. Aquele ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
Ao falar na noite de domingo, o ministro argelino de Interior, Nureddín Bedui, garantiu que as forças de segurança “estão preparadas para fazer frente a qualquer tentativa de desestabilizar o país”.
O terrorismo e o tráfico de armas aumentaram este ano na Argélia, estimulados pela instabilidade na região, em particular ao longo da fronteira que compartilha com a Tunísia e a Líbia. Segundo a revista especializada em temas militares “Al Yeish”, do Ministério da Defesa argelino, no ano passado cerca de 125 integrantes do Estado Islâmico foram abatidos pelas Forças Armadas argelinas e 225 detidos no ano passado.
Há duas semanas, o Exército argelino matou 14 militantes do Estado Islâmico durante uma operação antiterrorista próxima à cidade Bouira, cerca de 130 quilómetros ao leste de Argel.
Na semana passada, o Exército abateu um fundamentalista islâmico numa operação similar realizada na cidade litoral de Ziama Mansouriah, situada junto à cidade de Jijel, cerca de 390 quilómetros ao leste de Argel. Durante a operação os militares apreenderam uma arma de assalto semiautomático de modelo Simonov, munição e uma granada.
O Exército da Argélia mobilizou, nos últimos dois anos, cerca de 60 mil soldados para as fronteiras do país com a Tunísia e a Líbia para evitar qualquer ameaça islamita, segundo o centro de inteligência militar Jane’s Information Group.
O Centro de Inteligência militar Jane's Information Group acredita entretanto que este número é insuficiente para conter o terror.
AArgélia foi palco na década de 1990 de uma guerra civil entre o Estado e grupos fundamentalistas islâmicos causou a morte de mais de 350 mil pessoas e deixou milhares de desaparecidos.