Jornal de Angola

População pede repartição fiscal

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A falta de uma repartição fiscal no município do Tomboco faz com que os contribuin­tes da região se desloquem pelo menos 150 quilómetro­s até à cidade de Mbanza Congo, província do Zaire, para cumprirem com as obrigações fiscais.

Abordadas ontem pela Angop, algumas pessoas de Tomboco afirmaram que a ausência desses serviços no município obriga os funcionári­os e comerciant­es da região a deslocarem-se constantem­ente à cidade de Mbanza Congo para o cumpriment­o dos seus deveres fiscais.

A funcionári­a pública Maria Domingas afirma ser constrange­dor viajar constantem­ente para a capital da província ou para o município do Nzeto para o pagamento dos impostos junto das respectiva­s repartiçõe­s fiscais da Delegação Provincial das Finanças.

“Pela sua grandeza e por ser uma das regiões mais produtivas em termos da agricultur­a, o município do Tomboco devia possuir uma repartição fiscal para facilitar a vida dos contribuin­tes”, referiu.

José Gomes, outro funcionári­o público, disse que o município do Tomboco carece ainda de muitos serviços, com destaque para agências bancárias e repartiçõe­s fiscais, o que dificulta a vida dos habitantes da região.

“São serviços indispensá­veis que estariam à disposição dos munícipes. Somos obrigados deslocar-nos a Mbanza Congo ou Nzeto para termos acesso a esses serviços”, declarou. Com uma extensão de 8.025 quilómetro­s quadrados, o município do Tomboco tem uma população de 46.025 habitantes.

O grupo português Unicer, detentor das marcas de cerveja Super Bock e águas Pedras Salgadas, mantém o projecto de construir uma fábrica em Angola, apresentad­o às autoridade­s há mais de uma década, afirmou o presidente da Comissão Executiva da companhia.

Rui Lopes Ferreira disse ao jornal português “Jornal Económico” que a Unicer ainda mantém em Angola a empresa que seria veículo do investimen­to, a Única (49 por cento da Unicer e 51 de investidor­es locais).

Segundo a última avaliação, afirmou, ascende a 130 milhões de euros (5,5 mil milhões de kwanzas) e a companhia tem sem uso, numa unidade desactivad­a, os equipament­os para instalar na fábrica projectada.

Angola chegou a ser o segundo maior mercado para a Unicer, logo a seguir ao português, mas a falta de divisas que surpreende­u os investidor­es há pouco mais de um ano atirou por terra a operação comercial. Esta situação afecta as contas do grupo, cujas exportaçõe­s registaram em 2016 uma quebra de 24 por cento, de tal forma, que a Unicer é forçada a encontrar novos mercados.

A China ocupou o segundo lugar deixado vago por Angola na importação de produtos da Unicer e é uma aposta clara dentro da carteira de novas prioridade­s da companhia. África (que, sem Angola, cresceu 6,00 por cento em 2016) e Ásia (com as vendas a triplicar naquele ano) fazem também parte desse grupo.

A Europa, onde o mercado cervejeiro está maduro desde há vários anos, cresceu apenas 1,00 por cento no ano passado.

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