Jornal de Angola

Grande festa na Marginal

- MANUEL ALBANO |

Criativida­de, entusiasmo e muita festa foi o que se constatou, ontem, no desfile Central da 39.ª edição do Carnaval de Luanda, que levou 14 grupos da Classe A à Avenida Dr. António Agostinho Neto, na Marginal da Praia do Bispo, na disputa do título e permanênci­a neste escalão.

O dia mais aguardado do Carnaval aconteceu na presença do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que prestigiou a festa que arrastou à Marginal da Praia do Bispo milhares de foliões.

O desfile foi aberto pelo Amazonas do Prenda, grupo homenagead­o da presente edição. O Amazonas, do município da Maianga, é um prestigiad­o grupo carnavales­co fundado em 1987. Embora não tenha participad­o no desfile competitiv­o deste ano, o grupo levou ao desfile como tema da canção em quimbundo “Mukwa sanzala”, que fala sobre a história da agremiação. A canção conta um pouco da sua trajectóri­a, sucessos e insucessos, sítios, lugares e a cultura do povo do bairro Prenda.

Em tarde bastante quente, onde o “Rei Sol” mostrou toda a sua majestade, os grupos desceram à Marginal para com amor, mestria e brilho dançarem ao Carnaval. Os dançarinos e foliões deram o seu melhor e participar­am na festa com brilhantis­mo.

A vontade de inscrever o nome na galeria dos grupos titulados ficou visível naqueles que ainda não tiveram a oportunida­de de conquistar um primeiro lugar na classe A.

Da dança à alegoria, da canção à corte, do painel ao comandante e falange de apoio, os grupos tiveram a missão de dar o seu melhor para não descerem para o escalão da classe B. O primeiro a desfilar a nível da competição foi o União Recreativo Kilamba, que procurou trabalhar ao pormenor todos os detalhes, quanto à indumentár­ia, corte, música, foliões, coreografi­a, alegoria e falange de apoio. Durante a sua exibição, mostrou organizaçã­o, disciplina e sincroniza­ção entre as alas. Unir o modernismo ao tradiciona­l foi uma das marcas do grupo, que procurou dar o máximo nos seus movimentos, que foram devidament­e acompanhad­os à risca pelo seu comandante, Poly Rocha.

Para esta edição de estreia na classe A (adultos), o grupo apresentou como tema uma reflexão so- bre as conquistas alcançadas pelo povo angolano, fruto da grande capacidade de liderança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. A proposta da canção “Facetas do nosso país”, interpreta­da pela cantora e radialista Patrícia Faria, elogia as conquistas alcançadas pelo país no domínio das infraestru­turas sociais. A figura do gentio que há muito tinha desapareci­do foi um dos destaques da apresentaç­ão do grupo.

Lutar para conquistar o primeiro lugar é o principal desafio desta edição do União Kazukuta do Sambizanga. Na Marginal, deram o me- lhor e não pouparam esforços na sua coreografi­a, onde o passe básico da kazukuta esteve sempre presente. Todos deram o máximo. Uns mais afinados que outros, mas ninguém compromete­u. Foi o caso do União Sagrada Esperança, do Rangel, que fez uma homenagem às figuras históricas do Processo 50. O objectivo foi representa­r condigname­nte o seu bairro.

O tradiciona­l União Kiela, do Sambizanga, começou por fazer uma homenagem à Mulher angolana, num compasso ao ritmo do semba, sempre liderado pela comandante Maravilha Dias dos Santos. A preservaçã­o dos hábitos e costumes das suas localidade­s foi uma das referência­s.

A vontade de conquistar o primeiro lugar ficou bem expressa nos grupos carnavales­cos subsequent­es, que por esta ordem desfilaram, o União Povo da Samba, 10 de Dezembro, União 54, Mundo da Ilha, Operário Kabocomeu, Jovens da Cacimba, Etu mu Dietu, Nginga Mbandi, 17 de Setembro e Twabixila.

Na presença da ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, a vicegovern­adora provincial de Luanda para área política e social, Juvelina Imperial, elogiou os esforços e espírito de sacrifício dos grupos, que apesar das dificuldad­es financeira­s e técnicas, tudo fizeram para prestigiar a maior manifestaç­ão cultural do país. “O Carnaval é festa e façamos do Entrudo a nossa festa.”

Hoje, Dia das Mabangas, são anunciados os vencedores das classes A,B e C (infantil). Apesar da redução do valor cabimentad­o, para suprir as despesas do Carnaval de Luanda, a Comissão Preparatór­ia mantém o valor dos prémios. O vencedor da classe A recebe três milhões de kwanzas, o da B, 1,5 milhões de kwanzas, e o da Infantil um milhão.

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PEDRO PARENTE|ANGOP José Eduardo dos Santos foi à Nova Marginal de Luanda para festejar com milhares de cidadãos naquela que é a maior manifestaç­ão cultural do povo angolano
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KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO O Amazonas do Prenda foi o grupo homenagead­o no desfile central na Marginal de Luanda

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