Angola valoriza papel do Egipto na ONU
Ministro Georges Chikoti fala sobre soluções para os problemas regionais
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, declarou ontem, na cidade do Cairo, que o Egipto pode assumir um papel “bastante activo” na solução da crise na Região dos Grandes Lagos, na qualidade de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em declarações à imprensa, no final da conferência dedicada aos Grandes Lagos, organizada pelo Egipto, Georges Chikoti disse que o país do norte de África pode contribuir para solução de alguns problemas que a região dos Grandes Lagos vive, sobretudo na República Democrática do Congo e República Centro Africana
A Embaixada de Angola no Egipto disse, em comunicado, que Georges Chikoti considerou “positivo” o interesse e o envolvimento do Egipto na procura de soluções para alguns conflitos em África, sobretudo, os prevalecentes neste espaço regional.
O comunicado acrescenta que o Egipto tem estado a demonstrar interesse em estar mais próximo da África Subsaariana, apesar de não ser membro da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos.
“Isso é visível através da pertinência do seminário que organizou segunda-feira, sobre o tema “Rumo a uma resposta colectiva mais eficaz às ameaças de paz e segurança desta região”, afirmou Georges Chikoti.
Participaram na conferência membros da Organização das Nações Unidas, da União Africana e da Liga Panafricana da Juventude.
O ministro das Relações Exteriores participou na conferência do Cairo a convite do homólogo egípcio Sameh Shoukry. Georges Chikoti, que é presidente do Comité Interministerial da Conferência Inter- nacional sobre a Região dos Grandes Lagos, manteve igualmente um encontro de concertação com o seu homólogo egípcio Sameh Shoukri.
Actualmente presidida por Angola, a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos é integrada pelo Burundi, República Centro Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia. É uma organização intergovernamental dos países da Região dos Grandes Lagos africanos. A sua história começou no ano 2000, quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu uma conferência internacional sobre a paz, segurança, democracia e o desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos. Mais tarde, a Secretaria da Conferência Internacional estabeleceu-se em Nairobi.
Em Novembro de 2004, onze Chefes de Estado e de Governo dos países membros aprovou, por unanimidade, a Declaração sobre a Paz, a Segurança e o Desenvolvimento na região dos Grandes Lagos, em Dar es Salaam, Tanzânia. Este documento apresentou-se co- mo uma declaração política com a intenção de abordar as insuperáveis causas profundas dos conflitos e limitações para o desenvolvimento regional.
Os Chefes de Estado e de Governo reuniram-se uma vez mais em Nairobi em 2006 para assinar o Pacto de Segurança, Estabilidade e Desenvolvimento da Região dos Grandes Lagos. O pacto incluía a Declaração de Dar es Salaam, os programas de acção e os protocolos. Isto marcou o final da fase preparatória e marcou o começo do período de aplicação.