CARTAS DO LEITOR
Debate político
Sou estudante de Ciências Políticas e acompanho com toda a atenção o momento político em que se encontra o país do ponto de vista da acção e movimentação política.
Os partidos começam a desdobrar-se dando claramente a entender a preparação para com o desafio que o país os apresenta dentro em breve. O país encaminha-se para as eleições e as máquinas dos partidos estão a ser devidamente oleadas para a disputa, numa altura em que muitos encaram o alinhamento dos rostos para os debates televisivos.
Mas convém adiantar que debates televisivos não ganham eleições e que mais importante do que aparecer na televisão, com uma boa imagem e bom linguajar, é ter um bom programa. Ter capacidade de execução desse programa para que as promessas eleitorais tenham pernas para andar. É recomendável que as lideranças políticas não se excedam nas promessas, muito menos nos ataques e ofensas.
Defendo que as pessoas, naquilo que têm de dignidade enquanto ente humano, não devem ser atacadas, mas as suas ideias. Se pretendemos elevar a nossa democracia, fortalecer a nossa democracia, os nossos políticos devem ser brilhantes na apresentação e discussão das suas ideias. Na política, ao contrário do que muitos pensam, não vale tudo na medida em que, como de resto sucede noutras esferas, vale sempre a pena preservar a urbani- dade, o tratamento respeitoso e outras práticas que nos dignificam como pessoas.
As nossas estradas
Sou viajante e explorador pelo país dentro, desde há mais de dez anos. Ao viajar pelo interior do país tive a percepção de que o nosso potencial está nas estradas. Em numerosas localidades do centro e sul do país podemos ver que com as estradas chegamos longe. Conversei com muita gente que satisfatoriamente diz que faz menos tempo com o estado actual das estradas.
Acho que os nossos agricultores e empreendedores devem aproveitar o presente estado das estradas para escoarem os seus produtos do interior para as cidades. Era bom que as pessoas das zonas urbanas continuassem a empreender viagens exploratórias para o interior porque há realmente muitas oportunidades. Julgo que seria fundamental uma troca permanente de experiências entre as populações do campo com as da cidade.
É verdade que muitas das oportunidades de negócios nas zonas urbanas se encontram no campo e viceversa e, felizmente, têm sido devidamente aproveitadas. Mas urge um maior intercâmbio entre os dois importantes segmentos para fazer crescer o país de Cabinda ao Cunene.
Potencial turístico
Sou um entusiasta do turismo nacional e acompanho com muita atenção os desenvolvimentos que o sector conhece. Todas as potencialidades do nosso país devem ser devidamente aproveitadas e obviamente exploradas.
Precisamos de continuar a aproveitar as condições naturais para transformá-las em pólos de atracção, sobretudo nesta altura em que são maiores as exigências em termos económicos.
O turismo continua como um gigante adormecido, embora testemunhemos numerosas movimentações no sector que nos animam a todos. Espero que as instituições façam uma correcta leitura do momento actual em que nos encontramos para que possam transformar as oportunidades do sector do turismo em ofertas para postos de trabalho.
Num momento de diversificação da economia angolana, encaro com bastante satisfação os passos que o sector turístico dá a cada dia que passa.
Para terminar gostaria de encorajar as instituições, as famílias e comunidades no sentido do investimento do turismo interno.
Em vez de esperarmos por turistas vindos de fora, não seria exagerado dizer que devemos ser nós os primeiros a ser exemplares na valorização do nosso turismo.