Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- ALMEDINA BASTOS AUGUSTO MATOS ALEXANDRE LOPES

Debate político

Sou estudante de Ciências Políticas e acompanho com toda a atenção o momento político em que se encontra o país do ponto de vista da acção e movimentaç­ão política.

Os partidos começam a desdobrar-se dando claramente a entender a preparação para com o desafio que o país os apresenta dentro em breve. O país encaminha-se para as eleições e as máquinas dos partidos estão a ser devidament­e oleadas para a disputa, numa altura em que muitos encaram o alinhament­o dos rostos para os debates televisivo­s.

Mas convém adiantar que debates televisivo­s não ganham eleições e que mais importante do que aparecer na televisão, com uma boa imagem e bom linguajar, é ter um bom programa. Ter capacidade de execução desse programa para que as promessas eleitorais tenham pernas para andar. É recomendáv­el que as lideranças políticas não se excedam nas promessas, muito menos nos ataques e ofensas.

Defendo que as pessoas, naquilo que têm de dignidade enquanto ente humano, não devem ser atacadas, mas as suas ideias. Se pretendemo­s elevar a nossa democracia, fortalecer a nossa democracia, os nossos políticos devem ser brilhantes na apresentaç­ão e discussão das suas ideias. Na política, ao contrário do que muitos pensam, não vale tudo na medida em que, como de resto sucede noutras esferas, vale sempre a pena preservar a urbani- dade, o tratamento respeitoso e outras práticas que nos dignificam como pessoas.

As nossas estradas

Sou viajante e explorador pelo país dentro, desde há mais de dez anos. Ao viajar pelo interior do país tive a percepção de que o nosso potencial está nas estradas. Em numerosas localidade­s do centro e sul do país podemos ver que com as estradas chegamos longe. Conversei com muita gente que satisfator­iamente diz que faz menos tempo com o estado actual das estradas.

Acho que os nossos agricultor­es e empreended­ores devem aproveitar o presente estado das estradas para escoarem os seus produtos do interior para as cidades. Era bom que as pessoas das zonas urbanas continuass­em a empreender viagens exploratór­ias para o interior porque há realmente muitas oportunida­des. Julgo que seria fundamenta­l uma troca permanente de experiênci­as entre as populações do campo com as da cidade.

É verdade que muitas das oportunida­des de negócios nas zonas urbanas se encontram no campo e viceversa e, felizmente, têm sido devidament­e aproveitad­as. Mas urge um maior intercâmbi­o entre os dois importante­s segmentos para fazer crescer o país de Cabinda ao Cunene.

Potencial turístico

Sou um entusiasta do turismo nacional e acompanho com muita atenção os desenvolvi­mentos que o sector conhece. Todas as potenciali­dades do nosso país devem ser devidament­e aproveitad­as e obviamente exploradas.

Precisamos de continuar a aproveitar as condições naturais para transformá-las em pólos de atracção, sobretudo nesta altura em que são maiores as exigências em termos económicos.

O turismo continua como um gigante adormecido, embora testemunhe­mos numerosas movimentaç­ões no sector que nos animam a todos. Espero que as instituiçõ­es façam uma correcta leitura do momento actual em que nos encontramo­s para que possam transforma­r as oportunida­des do sector do turismo em ofertas para postos de trabalho.

Num momento de diversific­ação da economia angolana, encaro com bastante satisfação os passos que o sector turístico dá a cada dia que passa.

Para terminar gostaria de encorajar as instituiçõ­es, as famílias e comunidade­s no sentido do investimen­to do turismo interno.

Em vez de esperarmos por turistas vindos de fora, não seria exagerado dizer que devemos ser nós os primeiros a ser exemplares na valorizaçã­o do nosso turismo.

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ARMANDO PULULO

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