O combate à cólera
O sector da Saúde é das mais importantes áreas da vida nacional, que tem merecido especial atenção. As autoridades têm consciência do dever de trabalhar mais no sentido da satisfação das necessidades dos cidadãos, desenvolvendo o máximo esforço para garantir a assistência médica e medicamentosa a milhões de pessoas.
O Estado tem políticas para resolver os problemas da Saúde e existem programas para o combate das diversas doenças diagnosticadas no país, ao mesmo tempo que advoga a prevenção, como princípio da não proliferação das endemias que vão surgindo de vez em quando. A prevenção de doenças não é apenas um assunto do sector da Saúde. Trata-se de uma questão merecedora de permanente atenção por parte de vários sectores, que devem actuar de forma coordenada, visando a obtenção de resultados positivos. Como disse há tempos um governante, é necessário que nos antecipemos aos problemas. Não devemos esperar que os casos aconteçam, para depois, como se costuma dizer, irmos atrás do prejuízo. Curar pode ser mais complicado do que prevenir.
Salvam-se muitas vidas humanas se houver investimento na prevenção de patologias, sobretudo aquelas que, pelas suas características, rapidamente se disseminam pelas comunidades, como é o caso da cólera. É de louvar o facto de existir uma comissão, criada pelo Presidente da República, para tomar medidas preventivas destinadas a combater o surto de cólera.
Coordenada pelo ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, e integrada pelos ministros das Finanças, Energia e Águas, Ambiente, Interior, Educação, Família e Promoção da Mulher, Comunicação Social e pelo secretário para os Assuntos Sociais do Presidente da República, a Comissão tem tudo para fazer um bom trabalho. A sua composição traduz a importância que o Executivo confere ao problema que, quanto a nós, deve ser resolvido urgentemente, com base no Plano de Resposta para o Controlo da Epidemia de Cólera.
Os cidadãos aguardam que a Comissão trabalhe com celeridade e apresente bons resultados, até porque Luís Gomes Sambo, o coordenador, é um especialista em Saúde Pública, com vasta experiência na matéria e capaz de encontrar as melhores soluções para o combate eficiente à epidemia de cólera. Cuidar da saúde dos cidadãos é uma prioridade do nosso Estado. O desenvolvimento do país passa pela cultura da excelência, ao nível da Saúde. Além das políticas já definidas é fundamental que se criem as bases para um serviço de qualidade, que desencoraje a despesa com o tratamento de doentes no exterior do país.
É positivo que se esteja a trabalhar na erradicação das doenças que ainda afligem as nossas comunidades, mas é igualmente primordial que se aprimorem métodos que incentivem outros serviços, como a medicina no trabalho, que garante uma assistência segura e regular aos trabalhadores, nas fábricas e outros sectores do aparelho produtivo. As doenças são casos frequentes no sistema produtivo e responsáveis pelo alto índice de absentismo nas empresas. A adopção de políticas que estimulem a prevenção podem ajudar localmente a atenuar e a prevenir casos endémicos que acontecem no plano da saúde pública.
As epidemias afectam também o sector produtivo, pelo que importa que todos os organismos mobilizados se empenhem no sentido do Plano de Resposta para o Controlo da Epidemia de Cólera ser executado sem lacunas. O objectivo é fazer bem as coisas, evitar erros e dar resposta imediata e eficaz aos problemas, de forma a que as famílias e as comunidades possam desfrutar da melhor assistência e encontrar índices de satisfação do serviço, acima da média recomendada, quer no plano das medidas de prevenção, formação de pessoal, serviços clínicos e aprovisionamento dos meios médicos.Nesta luta contra a cólera, os profissionais de Saúde têm de desempenhar um importante papel, tendo em conta a gravidade do problema.
Os nossos quadros da Saúde têm provas dadas, quando foi necessário combater epidemias, entregando-se com abnegação ao trabalho.
O profissional de Saúde é de um modo geral um ser preparado para enfrentar problemas de diversa natureza, assistindo os seus compatriotas que eventualmente se encontrem expostos aos males que de quando em vez nos atingem. Médicos e enfermeiros são pessoas que nas unidades hospitalares tudo têm feito para que não falte assistência aos pacientes.
Apesar de haver problemas por resolver nos nossos hospitais, assiste-se a um esforço para que eles sejam superados, o que é de louvar. A humanização dos serviços de Saúde é um processo contínuo, de modo a assegurar que as nossas unidades hospitalares, de pequena, média ou grande dimensão, prestem assistência a todos, sem discriminações.
Todo o cidadão que se dirija ao hospital deve merecer um tratamento digno, independentemente da sua condição económica. Que nunca nos esqueçamos de um princípio fundamental, constante da nossa Constituição, segundo o qual “Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade da pessoa humana (...)”