China faz advertência à Coreia do Sul
O Governo chinês disse ontem que vai adoptar “as medidas necessárias” para proteger os seus interesses contra o sistema antimísseis dos Estados Unidos THAAD na Coreia do Sul, cujo processo de instalação será acelerado após a compra dos terrenos que vão abrigar este escudo por parte de Seul.
O porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, denunciou a atitude “desrespeitosa” da Coreia do Sul com Pequim por “insistir em trabalhar com os Estados Unidos e acelerar o processo de instalação” do THAAD, sem levar em conta a “forte oposição” da China.
“Tomaremos as medidas necessárias para proteger os nossos próprios interesses em matéria de segurança”, garantiu o porta-voz numa conferência de imprensa, pouco depois do Executivo sul-coreano formalizar a compra dos terrenos que vão abrigar o escudo.
Geng pediu aos países envolvidos que “interrompam o processo” e evitem dar mais passos nesse sentido. A Coreia do Sul assinou ontem o acordo com o conglomerado empresarial Lotte, que lhe cederá os terrenos do Lotte Skyhill Country Club, 18 quilómetros a norte da cidade de Seongju e cerca de 300 quilómetros a sudeste da capital, em troca de uma parcela de propriedade estatal perto de Seul. Ao ser questionado sobre possíveis medidas da China contra o grupo Lotte, o portavoz das Relações Exteriores garantiu que o país está aberto aos investimentos estrangeiros, sempre e quando as companhias estrangeiras cumprirem com a legislação, e acrescentou que o seu sucesso dependerá “do mercado chinês e dos consumidores”. Sobre isso, Geng indicou que os países envolvidos devem estar conscientes da oposição da sociedade chinesa em relação ao escudo antimísseis.
O projecto THAAD, que deve ser concluído entre Junho e Julho, esteve envolvido em polémica desde o princípio, pois causa forte rejeição tanto na Coreia do Norte, como na China e na Rússia, já que esses países o consideram uma ameaça.